Manaus | 14 de novembro de 2018 (Quarta-feira)
Brasil e Cuba estabelecem relações diplomáticas desde 1906. Na área de saúde, os países mantem relações estreitas e atividades de cooperação de grande relevância. A mais importante área de cooperação bilateral é a participação de profissionais cubanos no programa “Mais Médicos”. Iniciado no segundo semestre de 2013, como parte de amplo esforço do Governo Federal em melhorar o atendimento médico no Sistema Único de Saúde.
Na tarde desta quarta-feira (14), o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), anunciou através de uma rede social, que o governo cubano não aceitou a continuidade do programa, sob a condição de se aplicar um teste para medir a capacidade dos profissionais e destinar o salário integral aos profissionais que estão no Brasil.
O general da reserva Augusto Heleno, na condição de auxiliar o presidente eleito, disse que caberá aos ministros da Saúde e das Relações Exteriores comentar a decisão do governo cubano.
Bolsonaro já havia indicado que pretendia romper laços diplomáticos com países liderados por governantes com viés ideológico de esquerda . Segundo ele, não havia motivo para manter a embaixada em Cuba, por exemplo. A declaração foi feita durante entrevista concedida ao jornal “Correio Braziliense” e à TV Rede Vida há duas semanas.
Em declaração, o Ministério da Saúde Pública de Cuba informou que, “O presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, com referências diretas, depreciativas e ameaçando a presença de nossos médicos, disse e reiterou que vai modificar os termos e condições do Programa Mais Médicos, com desrespeito para a Organização Pan-Americana da Saúde e o que foi acordado por ela com Cuba, ao questionar a preparação de nossos médicos e condicionar sua permanência no programa à revalidação do título e como única forma a contratação individual. As mudanças anunciadas impõem condições inaceitáveis e descumprem as garantias acordadas desde o início do programa, que foram ratificadas em 2016 com a renegociação do Acordo de Cooperação entre a Organização Pan-Americana da Saúde e o Ministério da Saúde do Brasil. Essas condições inadmissíveis impossibilitam a manutenção da presença dos profissionais cubanos no Programa.”
Leia na integra a declaração do Ministério da Saúde Pública de Cuba em: http://pt.granma.cu/cuba/2018-11-14/declaracao-do-ministerio-da-saude-publica
Fonte: Órgão Oficial do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba.
Redação: Fabricio Aguiar