Manaus | 04 de Dezembro de 2018 (Terça-Feira)
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ, em inglês) possui informações sobre o inquérito dos Portos.
O caso brasileiro chegou às autoridades americanas após a empresa Nutrien, decidir colaborar de forma espontânea com a justiça americana, em operação de um dos terminais do Porto de Santos.
A empresa canadense que atua no mercado de fertilizantes é sócia majoritária da Rodrimar no grupo Pérola, sociedade formada para operar um terminal em Santos , pela subsidiária PCS Fosfatos do Brasil.
O relatório de conclusão do inquérito do caso, feito pela Polícia Federal, aponta indícios da prática dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa por parte do presidente Michel Temer e de outras dez pessoas.
Foram encaminhadas ao DoJ informações que vinham sido prestadas de forma espontânea à Procuradoria-Geral da República, no Brasil. A entrega de documentos foi uma antecipação para mostrar que a empresa vai cooperar, caso os americanos decidam entrar no caso e processar os envolvidos.
Os executivos do grupo Pérola não foram indiciados no inquérito da PF, mas o delegado Cleyber Malta solicitou no relatório final do caso a abertura de um novo inquérito policial para apurar o repasse de R$ 375 mil da empresa para o escritório de advocacia de Flávio Calazans.
Em depoimento à PF, o Calazans assumiu ter recebido dez parcelas de R$ 37,7 mil, entre 2014 e 2015, da Pérola S.A. O advogado admitiu ter emitido notas frias do seu escritório para dissimular a transação. O dinheiro, foi encaminhado para contas de outras empresas, entre elas, a Link Projetos, investigada por escoar propina de empreiteiras para políticos do MDB.
O Departamento de Justiça americano não confirma, nega ou comenta a existência ou não de investigações em curso. Questionada sobre a cooperação com os EUA, a Nutrien respondeu que a empresa “está ciente do inquérito dos portos da Polícia Federal do Brasil e do relatório de investigação”. “A Nutrien tem participação no capital da Pérola e leva a sério a questão da corrupção. Nossa empresa continua a cooperação com autoridades e fornecer assistência conforme necessário”, informou a empresa.
Foto: Divulgação.
Redação por Portal Pontual.