Manaus | 06 de Novembro de 2018 (Quinta-Feira)
Na noite da última quarta-feira (5) o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) enviou um oficio à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e ao ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, pedindo providências sobre “ofensas dirigidas” à corte por um advogado durante um voo nesta terça (4).
Num voo de São Paulo a Brasília, o advogado Cristiano Caiado de Acioli, 39, abordou o ministro do STF Ricardo Lewandowski e disse, enquanto filmava a reação do magistrado: “Ministro Lewandowski, o Supremo é uma vergonha, viu? Eu tenho vergonha de ser brasileiro quando eu vejo vocês”.
O ministro respondeu a Acioli e pediu ao comissário de bordo que acionasse a Polícia Federal. “Vem cá, você quer ser preso? Chama a Polícia Federal”, disse Lewandowski. “Eu não posso me expressar? Chama a polícia federal, então”, retrucou o advogado.
Assim que chegou em Brasília Acioli foi levado à PF para prestar esclarecimentos. O advogado divulgou o vídeo nas redes sociais.
“Ao tempo em que cumprimento Vossa Excelência, solicito que sejam adotadas as providências cabíveis quanto aos fatos narrados pela Secretaria de Segurança desta Corte e consistentes em ofensas dirigidas ao Supremo Tribunal Federal, ocorridos, na data de ontem, com o senhor ministro Ricardo Lewandowski, em voo comercial que partiu de São Paulo com destino a Brasília”, escreveu Toffoli nos ofícios.
Acioli se pronunciou e considerou a reação de Lewandowski como abuso de poder, e que deve estudar providências contra o ministro.
“Sem dúvida nenhuma, ele praticou um abuso de poder. É um absurdo, no Estado democrático de direito, onde a pessoa que tem que proteger nossa Constituição, tem que proteger nossas garantias básicas, fez exatamente o oposto a isso”, disse o advogado.
O IGP (Instituto de Garantias Penais), formado por advogados, também divulgou nota de repúdio ao “episódio da agressão” ao ministro Lewandowski.
Fonte: Folhapress.
Redação por Beatriz Araújo