Manaus | 13 de Fevereiro de 2019 (Quarta-feira)
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), determinou uma multa à empresa Vale por reconhecer que houve falhas nas ações de salvamento de animais silvestres e domésticos após o rompimento da barragem Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG).
O Ibama informou que havia determinado, por meio de notificação em 26 de janeiro, que a mineradora iniciasse em até 24 horas a execução do plano de salvamento de fauna e entregasse relatórios diários sobre os animais resgatados. Em vistorias, porém, agentes ambientais apontaram atrasos na realização das obras. Além disso, os relatórios enviados não atendem integralmente as exigências.
Em reposta, segundo a Agência Brasil, a Vale afirmou que todas as exigências contidas no auto de infração foram devidamente atendidas. A empresa diz também já ter prestado os esclarecimentos solicitados.
Além disso, em rede social, a Vale garantiu que uma força-tarefa foi criada logo após o rompimento da barragem para resgatar e atender os animais.
O trabalho foi coordenado pelo CRVM-MG (Conselho Regional de Medicina Veterinária), mas, além desse grupo, ONGs e protetores independentes também seguiram para a região para socorrer cães, gatos, pássaros, bois, cavalos e outros animais afetados pela lama. Muitos ficaram presos e outros morreram arrastados pela avalanche.
Durante os 16 dias de trabalho, foram recolhidos e assistidos cerca de 400 bichos, entre resgatados e devolvidos aos donos, que foram atendidos nas propriedades de seus tutores ou que foram acolhidos na fazenda.
O CRMV informou que 121 animais continuavam nas fazendas disponibilizadas pela Vale e ficarão sob os cuidados da empresa, que contratou uma equipe de médicos veterinários e disponibilizou estrutura clínica.
De acordo com o Ibama, a empresa deve pagar multa diária de R$ 100 mil, aplicada desde sexta (08), até que seja executado de forma integral e satisfatória o plano de resgate, que inclui, entre outras medidas, a instalação de hospital de campanha para reabilitação dos animais e centro para triagem e abrigo. O valor é o máximo previsto para a infração em decreto que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais.
Nos outros autos de infração, as multas somam R$ 250 milhões, a mineradora foi punida por causar poluição que possa resultar em danos à saúde humana; tornar área urbana ou rural imprópria para a ocupação humana; causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento de água; provocar o perecimento de espécimes da biodiversidade; e por lançar rejeitos de mineração em recursos hídricos, afirma a Agência Brasil. Outra multa, no valor de R$ 99 milhões, foi aplicada à Vale pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas.
Foto: Reprodução/ Ibama.
Fonte: Com informações da Agência Brasil/ Folhapress.
Redação por Ana Flávia Oliveira.