Manaus | 15 de Março de 2019 (Sexta-feira)
Uma inspeção foi realizada na última quinta-feira (14) pela Defensoria Pública do Estado (DPE-AM), no Instituto da Mulher Dona Lindu (IMDL), localizado na Zona Centro Sul da capital, e foi constatado que médicos entravam na unidade assinavam a folha de entrada, esperavam alguns minutos e em seguida saiam, voltando apenas para assinar a folha de saída.
A unidade de saúde é a segunda a ser inspecionada pela DPE-AM, o objetivo é realizar esse tipo de ação em todas as demais maternidades da capital.
A ação aconteceu como desdobramento do Procedimento Administrativo de Apuração de Dano Coletivo (PADAC), instaurado pela DPE-AM para investigar casos em série de violência obstétrica nas maternidades e hospitais públicos e privados, além de identificar surgimento falhas e indicar soluções.
A inspeção foi feita nas áreas de atendimento, leitos, farmácia, administração, salas de parto. A DPE-AM solicitou também a documentação sobre a conduta dos médios faltosos, e através disso, foi identificado a falta de controle na frequência dos médicos, estatísticas de partos, reclamações, medicamentos, além do aumento no número de leitos, e todas as sugestões foram recebidas para resolver os problemas e serem imediatamente corrigidos.
“Percebemos uma administração nova que recebeu grande problema que passa pela área de saúde e administração, mas que está empenhada em fazer mudanças para melhor com soluções planejadas e efetivas. O trabalho que fizeram em dois meses e meio pode ser observado no local e no relato dos profissionais que trabalham há mais tempo no instituto e que estão aprovando as mudanças. Mas outras melhorias se fazem necessárias e a própria direção tem consciência disso. Vamos pontuar cada item e apresentar como sugestões de correções”, informou o defensor público Thiago Rosas.
Sobre as ausências, a frequência dos médicos é monitorada através de uma folha de frequência que é assinada na estrada e saída do plantão dos profissionais. No entanto, de acordo com informações, alguns médicos chegam até a unidade de saúde, batem o ponto e demoram cerca de alguns minutos para sair do local e só retornarem para o hospital na saída, quando é assinada novamente a folha.
De acordo com a diretora do instituto, a enfermeira Marilza Matias, que assumiu a direção no mês de janeiro, os médicos integram cooperativas e não são todos que praticam esse tipo de ato, além disso, se fosse o caso as demandas que são grandes não seriam atendidas.
Ainda segundo a enfermeira, nos casos que foram comprovados a ausências dos profissionais, as cooperativas são comunicadas imediatamente e é encaminhado um relatório que solicita a responsabilização e providências dos médicos.
Uma atitude que a unidade e saúde adotou o uso de câmeras internas de monitoramento, para comprovar o uso indevido das assinaturas da folha de frequência.
Foto: G1 Amazonas.
Redação por Portal Pontual.