Manaus | 02 de Abril de 2019 (Terça-feira)
O Guia de Consumo Responsável de Pescado, lançado nesta terça-feira (02), pela WWF-Brasil, organização não governamental que integra a rede do Fundo Mundial Para a Natureza (WWF), pesquisou 38 espécies de peixe de maior valor comercial, que são as mais procuradas pelos consumidores.
Os grupos que podem ou não ser consumidos foram classificados em cores, vermelho para o nível mais alto, amarelo para moderação e verde para liberado.
Do material avaliado, 58%, equivalente a 22 espécies foram classificados na categoria vermelha, como espécies oriundas de pescarias ou fazendas não sustentáveis e, que por isso, não devem ser consumidas. Um exemplo disso é o camarão-rosa e do tubarão-azul (ou cação).
Já na categoria amarela, foram listadas oito espécies, que correspondem a 21% do total, entre as quais se encontram a tilápia e o bonito listrado. Embora sejam provenientes de fontes que mostram algum risco à sustentabilidade, essas espécies podem ser consumidas, mas com moderação.
E na categoria verde, também foram incluídas oito espécies, correspondendo 21%, sendo seguras para consumo, como o salmão rosa e alguns tipos de moluscos.
O estudo levou três anos para ser concluído. A gerente do WWF acredita que, se a rede varejista mudar sua postura, adquirindo pescados certificados, os estoques poderão ser recuperados e um novo levantamento deverá ser feito dentro de alguns anos.
O guia revela ainda que, das principais espécies consumidas no Brasil e avaliadas pelo WWF-Brasil, apenas 28% têm opção de produtos com certificação quanto à sustentabilidade de pesca ou cultivo.
A gerente do Programa Marinho da WWF-Brasil, Anna Carolina Lobo, especialista em gestão ambiental, alertou que as espécies que possuem o maior valor comercial são as que mais tem ameaça de extinção como o camarão, o polvo e a lagosta, “Estão acabando. Daqui a pouco, as pessoas vão parar de consumir” porque não há mais disponibilidade”, explicou.
O guia comprova que, além dos principais problemas enfrentados pelo Brasil na área pesqueira, que são a sobrepesca e a falta de gestão, outra dificuldade é a escassez de informações para o público consumidor em relação aos pescados vendidos.
“As pessoas devem evitar (consumir). Não dá para ter esse consumo desenfreado. As pessoas têm que perguntar, procurar se informar”, informou Anna.
Segundo a gerente do Programa Marinho da WWF-Brasil, alguns pescados já são certificados, tanto de aquicultura, quanto de pesca comum. É importante que haja uma mudança de comportamento do consumidor, para que ele passe a questionar sobre a procedência do pescado que pretende comprar e sua certificação.
Foto: Reprodução/ KDOTRAVEL.
Fonte: Agência Brasil.
Redação por Portal Pontual.