Manaus | 15 de Abril de 2019 (Segunda-feira)
O presidente Jair Bolsonaro encaminhou uma carta à embaixada israelense no Brasil para explicar as declarações feitas durante uma reunião com pastores evangélicos na noite da última quinta-feira (11), no Rio de Janeiro.
O caso gerou repercussão após Bolsonaro declarar que “poderia perdoar, mas não esquecer” o extermínio de 6 milhões de judeus sob o regime nazista alemão, o que gerou reações do presidente de Israel, Reuven Rivlin, e do Memorial do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém.
O presidente de Israel, Reuven Rivlin, também rebateu o comentário do presidente mas sem citar nomes, usou o seu perfil no Twitter para falar sobre o caso e demonstrar sua indignação em inglês.
“O que Amalek [os inimigos do povo judeu] fez para nós está inscrito em nossa memória, a memória de um povo antigo. Nós sempre nos oporemos àqueles que negam a verdade ou àqueles que desejam eliminar nossa memória — não indivíduos ou grupos, nem líderes partidários ou primeiros-ministros. Nós nunca vamos perdoar e nunca vamos esquecer. O povo judeu sempre lutará contra o anti-semitismo e a xenofobia. Os líderes políticos são responsáveis por moldar o futuro. Historiadores descrevem o passado e pesquisam o que aconteceu. Nenhum deve entrar no território do outro”, informou.
“Ao povo de Israel: deixei escrito no livro de visitantes do Memorial do Holocausto em Jerusalém: ‘AQUELE QUE ESQUECE SEU PASSADO ESTÁ CONDENADO A NÃO TER FUTURO’. Portanto, qualquer outra interpretação só interessa a quem quer me afastar dos amigos judeus. Já o perdão, é algo pessoal, nunca num contexto histórico como no caso do Holocausto, onde milhões de inocentes foram mortos num cruel genocídio”, enviou Bolsonaro por meio de texto aos israelenses.
Após ver a gravidade do assunto, o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, resolveu também fazer uma declaração a favor de Bolsonaro, defendendo sua ação e justificando tal atitude.
“Em nenhum momento de sua fala o presidente mostrou desrespeito ou indiferença pelo sofrimento judeu. Não vingarão aqueles que desejam levantar suspeições sobre as palavras de um grande amigo do povo e governo de Israel”.
Foto: Reprodução.
Redação por Portal Pontual.