O Governo do Amazonas, através da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), via Pograma de Apoio a Pós-Doutores (Prodoc), está fornecendo apoio ao estudo denominado “Mudanças do uso da terra e vulnerabilidade das paisagens em bacias hidrográficas na região do Médio Solimões – AM”, dos futuros desmatamentos e vulnerabilidade da paisagem em bacias hidrográficas, localizadas nos municípios de Tefé e Alvarães.
Os pesquisadores utilizaram um Sistema de Informação Geográfica (SIG) para produzir os modelos que continham as estimativas dos futuros desmatamentos considerando relevo, tipos de solo, altitude, precipitação de chuvas e declividade dos terrenos. Dessa forma, eles conseguiram mensurar possíveis cenários de mudanças do uso da terra e vulnerabilidade das paisagens para as próximas décadas.
Segundo o coordenador da pesquisa, doutor em Geografia e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) , João Cândido, uma das variáveis utilizadas para elaboração do mapeamento são os dados já existentes sobre o desmatamento nessa região.
Ele explica que entre 2010 e 2021, anos analisados pelos pesquisadores, eles observaram o que foi desmatado na região e, a partir disso, a equipe considerou outras variáveis e implementos no modelo chamado “peso de evidencias”. Dessa forma, a relação de cada uma das variáveis com o desmatamento foi analisada.
Ferramentas e analises da pesquisa
Esses modelos utilizados na pesquisa, foram realizados com o auxílio do software Dinâmica EGO, desenvolvido pelo Centro de Sensoriamento Remoto da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), parceira do projeto.
De acordo com o pesquisador, esses modelos são estimativas hipotéticas baseadas em dados observados e que podem ser utilizados para entender a evolução e as consequências do desmatamento nas regiões estudadas. Assim, com os resultados da pesquisa, é possível direcionar políticas públicas que combatam a degradação ambiental e o uso racional da terra.
As duas localidades estudadas foram a bácia hidrográfica do Igarapé Agrovila, no município de Tefé, e a bacia hidrográfica do Igarapé Jarauá, em Alvarães, ambas na região do Médio Solimões.
A importância dessa pesquisa, de acordo com Cândido, é apresentar os modelos e repensar como algumas áreas podem ter determinadas atividades e como outras devem ser preservadas por conta do grau de vulnerabilidade.
Além disso, vale destacar que não é apenas o desmatamento que compromete determinada área, mas sua associação aos elementos naturais e processos dinâmicos da natureza.
Equipe
A pesquisa tinha como equipe quatro pesquisadores vinculados aos Programas de Pós-graduação em Geografia da Ufam e da UFMG. Iniciado no ano passado, a pesquisa foi finalizada em janeiro de 2023.
Texto: da redação.
Fotos: divulgação; João Cândido- Acervo Pessoal.
Ilustração:Neto Ribeiro/ Portal Pontual.