Uma pesquisa está desenvolvendo um estudo onde fontes de carbono de resíduos de açaí são ingredientes de um suplemento nutricional para a dieta dos peixes matrinxã e tambaqui.

O estudo está sendo realizado nos municípios de Rio Preto da Eva, Presidente Figueiredo e Maués, apoiada pele Governo do Amazonas através do Programa Estratégico de Desenvolvimento do Setor Primário Amazonense – Prospam/Fapeam.

De acordo com a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/ MCTI) e coordenadora da pesquisa, Elizabeth Gusmão Affonso, o estudo é o primeiro projeto no Amazonas a utilizar a aplicação do processo de larvicultura em Biofloc Technology System (BFT).
Os primeiros resultados sobre a aplicação do processo de produção de larvas de matrinxã alcançadas, têm mostrado o potencial da tecnologia.
Segundo a pesquisadora, com o aumento superior a 85% de sobrevivência das larvas de matrinxã, cujo obstáculo na produção desta espécie é o canibalismo, será um grande benefício na sua produtividade, elevando os lucros para o produtor.
Portanto, os resultados já são uma realidade e deverão ser ampliados para outros municípios do Amazonas.
Suplemento Sustentável
Pelo projeto já foram feitos experimentos que contribuirão para o desenvolvimento da farinha de bioflocos, que será utilizada como suplemento alimentar na ração de tambaqui e matrinxã.
O sistema BFT é rico em macro e micronutrientes, servindo de suplemento alimentar. É um alimento extra para peixes filtradores como o tambaqui, o que já foi evidenciado pelo crescimento dos peixes alimentados com 24% de proteína bruta (PB), compatíveis com aqueles alimentados 32% de PB na ração, explica Elizabeth Gusmão.
Além disso, em termos econômicos, a alternativa é bastante significativa, o que pode gerar um lucro excepcional ao produtor, pois ele pode utilizar esses resíduos para espécies não filtradoras e sem utilizar o sistema BFT.
Com os estudos, será possível prevê, também, a capacitação de recursos humanos para o desenvolvimento socioeconômico de produtores rurais dos municípios envolvidos na pesquisa.
A coordenadora e pesquisadora espera que ao final do estudo, as novas tecnologias aplicadas possam contribuir para as melhorias de criação das duas espécies de peixes, aumentando sua produtividade e sobrevivência, para assim, diminuir os custos da produção.
Texto: da redação.
Fotos: divulgação.
Ilustração: Neto Ribeiro/ Portal Pontual.