sexta-feira, julho 26, 2024
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Fiocruz apoia pesquisa sobre os enfrentamentos da violência escolar

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Uma cartilha produzida pelo Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) afirma que cerca de 150 milhões de adolescentes entre 13 e 15 anos tiveram alguma experiência de violência dentro ou ao redor da escola.

A Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE),  do IBGE, 2015,  indicou que 14,8% de estudantes do nono ano declararam deixar de ir à escola, pelo menos um dia, nos 30 dias anteriores à pesquisa, por não se sentirem seguros no caminho de casa para a escola ou da escola para casa e 9,5% porque não se sentiram seguros no ambiente escolar.

Os casos mais recentes de violência escolar no Brasil mostram um quadro que vem se agravando nos últimos anos. De acordo com o relatório O extremismo de direita entre adolescentes e jovens no Brasil: ataques às escolas e alternativas para ação governamental, produzido por pesquisadores e ativistas dedicados à educação pública e à prevenção do extremismo de direita no país, durante o processo de transição governamental, aconteceram 16 ataques entre 2002 e 2022.

Nos primeiros meses de 2023 foram registrados novos casos, entre eles, o ataque de um ex-aluno a uma escola em São Paulo, que deixou uma professora morta e quatro pessoas feridas; e o atentado à creche em Santa Catarina, que vitimou quatro crianças.

Suely Deslandes, pesquisadora e professora do Programa de Pós-graduação em Saúde da Criança e da Mulher (PGSCM) do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), classificou a violência nas escolas em três em três vertentes:

  1. Violência contra as escolas, de depredação e ataques aos prédios escolares e a seus profissionais;
  2.  Violência nas escolas que reúnem fatores como, situações de bullying, de agressões entre membros da comunidade escolar e seu entorno;
  3. Violência da escola enquanto instituição social, que produz discriminações, e por vezes reforça um discurso de meritocracia que não leva em conta as realidades socioeconômicas de seus alunos.

Dessa forma, percebemos que a violência no âmbito escolar tem influência sob todos, visto que tem se instalado de diversas formas, afetando a qualidade de vida pessoal e social, além de ocasionar males a saúde física e psicológica.

Como respostas a essas diversas formas de violência no ambiente escolar, algumas estratégias de enfrentamento vêm sendo adotadas, como a “cultura de paz” que fala sobre uma iniciativa não violenta, de justiça restaurativa, equidade social, um conjunto de pressupostos, inclusive políticos, na condução das relações de comunicação, democracia, participação e inclusão familiar.

Como resposta à violência nas escolas, a Comissão da Criança, do Adolescente e da Pessoa Idosa, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro juntamente com outras instituições, se reuniram no mês de junho em um seminário para uma discussão acerca do tema.

A iniciativa teve como objetivo desenvolver propostas baseadas em uma perspectiva de efetiva intersetorialidade entre as políticas públicas, entendendo que a violência nas escolas não é um problema isolado, mas uma questão que exige uma abordagem abrangente e interdisciplinar.

Suely, como membro do grupo,  fez uma explanação sobre experiências que têm se mostrado ineficientes, principalmente em países da Europa e nos Estados Unidos, por exemplo implantar um sistema de policiamento em salas de aula, treinar professores para manobras militares, entre outas ações de militarização, são iniciativas fracassadas e ineficientes, pois só aumentam o clima de medo entre os indivíduos.

De acordo com a pesquisadora, é necessaário enfrentar a violência estrutural através da valorização do corpo docente, do olhar compassivo ao ambiente escolar, da inclusão familiar.

 

Texto: da redação, com informações da Fiocruz. 

Fotos: divulgação. 

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Eric Lima

Criador do Portal Pontual

Mestrado em Saúde, Sociedade e Endemias na área de concentração de Epidemiologia de Agravos e Prevalentes na Amazônia pelo instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/FIOCRUZ), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade Federal do Pará (UFPA - 2013). Tem experiência em pesquisa na área de Epidemiologia, Saúde Coletiva com ênfase em Saúde Pública, Avaliação de Serviço em Saúde e Saúde Baseada em Evidências, desenvolvendo estudos nos temas: Tuberculose, Resistência aos fármacos, Tuberculose Multirresistente, Coinfecção TB/HIV.

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