Vivenciar o dia a dia de cientistas que estudam a biodiversidade da Amazônia, o funcionamento da maior floresta tropical do mundo e os efeitos das mudanças climáticas está sendo a experiência que as participantes do Futuras Cientistas têm no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI).
Durante o mês de janeiro, cinco meninas do Ensino Médio estão conhecendo projetos, bases de pesquisa, laboratórios do Inpa, coleções zoológicas e botânicas, além de participarem de palestras presenciais e online. As meninas tiveram a oportunidade de ver como é realizada uma pesquisa na prática com a visita ao sítio experimental do Programa AmazonFACE e o Sítio 1 do Projeto Ecológico de Longa Duração (PELD), na Reserva Florestal Adolpho Ducke.
“Elas estão vendo vários exemplos de mulheres que seguiram na carreira e que estão fazendo pesquisa na Amazônia, algumas há 40 anos e outras iniciando suas pesquisas na região. Todas persistiram e estão aqui seguindo na carreira”, destaca Flávia Santana, coordenadora do Futuras Cientistas 2024 no Inpa.
Programa Futuras Cientistas
O Futuras Cientistas é um programa criado pelo Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), em 2012. Há dois anos ganhou alcance nacional, e desde então o Inpa participa da iniciativa, com o apoio de vários pesquisadores. Este ano o projeto “Inserção de meninas e mulheres nas pesquisas sobre Amazônia e Mudanças Climáticas”, busca mostrar para as meninas como ocorrem as mudanças climáticas e seus impactos, nas áreas da genética, ecologia vegetal, ecologia animal, tecnologias sociais e química.
Para a estudante Stephanie Santos, estar no projeto é uma experiência marcante.
“Está sendo maravilhoso. Vimos de perto como é feita a medição do crescimento da floresta, do quanto ela absorve de umidade. São estudos que demoram e que se tem pouco conhecimento”, contou a estudante. “Mesmo que as meninas que estão participando não sigam a carreira científica, é bom ter essa experiência, porque nos afasta do senso comum”, destacou.
Flávia Costa, pesquisadora do Sítio 1 PELD, ressalta que o conhecimento adquirido sobre o funcionamento da floresta e da ciência durante o Futuras Cientistas é importante para as participantes, independente da área profissional que decidam seguir. Entender de mudanças climáticas não é necessariamente uma coisa para cientista, é da sociedade.
Flávia Santana destaca o impacto que conhecer as pesquisas e como elas são realizadas pode provocar no cotidiano das participantes.
“Essa imersão pode fazê-las enxergar o lugar em que moramos. Estamos em Manaus, no meio da floresta amazônica, e às vezes não nos damos conta da importância dessa floresta para nós. Essa experiência tem uma chance de transformar o pensamento, pois quando a gente conhece tende a proteger”.
Da redação, com informações do INPA.
Fotos: Acervo do INPA.