O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), o professor Henrique Pereira, visitou na quinta-feira (14) o Comando Militar da Amazônia (CMA) para fortalecer parcerias e iniciar tratativas para estabelecer um acordo de cooperação técnico-científica entre as instituições.
Em reunião com comandante do CMA, o general Costa Neves, foi discutida uma nova iniciativa de colaboração do Exército, desta vez para a realização de pesquisas nas áreas ciências naturais e humanas, na região do Alto Rio Negro, tríplice fronteira do Brasil, Venezuela e Colômbia.
A relação do Inpa com o CMA já é antiga, a reaproximação se deu pelo Instituto Meira Mattos (IMM), da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Iceme), sediado no Rio de Janeiro, que atua na pós-graduação e demonstrou interesse numa aproximação institucional com o Inpa. O foco imediato é a submissão de proposta para a Iniciativa Amazônia +10, que está com chamada aberta para financiar Expedições Científicas para áreas pouco conhecidas da Floresta Amazônica.
Na ocasião, também foi discutida a possibilidade de envolvimento de estudantes da pós-graduação em cursos de guerra na selva. A Direção reiterou o interesse do Inpa, um dos mais importantes centros de pesquisas da Amazônia, em continuar recebendo a visita de alunos-oficiais do Curso Superior de Defesa da Escola Superior de Guerra (ESG), quando realizam a viagem de estudos à região.
Além do diretor do Inpa, participaram da reunião o chefe de Gabinete, o pesquisador Jorge Porto, o líder do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF), o pesquisador Alberto Vicentini, e o curador da Coleção de Aves, o pesquisador Mário Cohn-Haft, que liderou a Expedição Serra da Mocidade, em Roraima, realizada em 2016, e cooperação com a Grifa Filmes, o Exército e outras organizações.
A colaboração para essa expedição resultou na descoberta de cerca de uma centena de novas espécies de animais e plantas da biodiversidade amazônica e um longa-metragem: “Novas Espécies – A expedição do século”. Lançado em 2019, o documentário está disponível no catálogo da Globo Filmes e registrou 25 dias de 50 pesquisadores experientes, especializados em plantas, aves, mamíferos, répteis e anfíbios, peixes, insetos e em geologia, além de mais 20 profissionais de apoio.
Para acessar e explorar o maciço de montanhas com quase 2 mil metros de altitude e clima frio, a equipe da expedição contou com o apoio de helicópteros do CMA. A área é extremamente remota e abriga espécies únicas. As amostras coletadas ainda são estudadas, por serem de uma das áreas de pouca densidade amostral, contribuindo para preencher lacunas do conhecimento da biodiversidade amazônica.
Da redação para Portal Pontual, com informações do INPA.
Imagens: divulgação.