sábado, julho 5, 2025
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Estudo estima a efetividade do método Wolbachia no Brasil

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Em maio de 2024, o Brasil bateu um recorde negativo. Foram 5 milhões de casos (prováveis e confirmados) de dengue, de acordo com dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde (MS). A doença passou a ser alvo de preocupação até mesmo em estados brasileiros onde antes a dengue não era uma realidade. Uma arbovirose transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, e que traz consigo consequências sociais, clínicas e econômicas. Diante deste contexto, um artigo publicado na revista The Lancet Regional Health, com base em um estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e da Fiocruz, estima com modelos matemáticos os custos e as consequências da incorporação do método Wolbachia para o controle da dengue em sete cidades brasileiras.

A avaliação econômica inclui cenários de simulações representativos da população total de São Paulo (SP), Fortaleza (CE), Campo Grande (MS), Goiânia (GO), Belo Horizonte (MG), Manaus (AM) e Niterói (RJ). Esses são alguns dos municípios identificados como de alta prioridade para receber o método Wolbachia, com base no tamanho populacional e na carga da doença da dengue. Outro ponto em destaque é que as cidades escolhidas estão situadas em diferentes regiões geográficas do país e, além disso, possuem características sociais e demográficas variadas.

A pesquisa utilizou um modelo matemático chamado de microssimulação. O trabalho acompanhou quase 23 milhões de habitantes em um período de 20 anos, considerando as transições entre cinco diferentes estados de saúde (suscetível, caso inaparente, caso ambulatorial, hospitalização e óbito).

Os custos diretos incluíram recursos dos programas locais de controle da dengue, implantação do método Wolbachia e atendimento médico (ambulatorial e hospitalar) à dengue. Também foram considerados os custos indiretos relacionados à morte e à perda de produtividade, contabilizando os chamados os anos de vida ajustados por incapacidade (DALY).

O modelo projetou que, com a implementação do método Wolbachia, seriam evitados pelo menos 1.295.566 casos de dengue, resultando em menores custos e maiores ganhos em termos de expectativa e qualidade de vida em todos os municípios simulados.

“É importante ressaltar ainda que o estudo faz um traço temporal e uma análise sobre casos de dengue e as reduções apontadas são animadoras, um método autossustentável e natural. Além disso, com a liberação de Aedes aegypti com Wolbachia, os nossos Wolbitos, temos o impacto também na redução dos casos de zika e chikungunya”, reforça o líder do método Wolbachia no Brasil, Luciano Moreira.

Em média, para cada 1000 habitantes acompanhados por 20 anos, o método Wolbachia gerou uma diferença de custo de US$ 538.233,68 (R$ 2.691.168,40) e evitou 5,56 anos de vida perdidos por incapacidade. O saldo final (chamado de benefício monetário líquido) foi positivo em todas as sete cidades, variando de US$ 110,72 (R$ 553,59) a US$ 1399,19 (R$ 6.995,95) por habitante, o que sugere um cenário favorável à incorporação do método. Os cenários alternativos também mostraram um retorno favorável do investimento com uma relação custo-benefício positiva.

“Quando falamos do método Wolbachia estamos falando de saúde, e o nosso objetivo é levar mais saúde para mais e mais brasileiros ao longo dos anos e esse estudo reforça o nosso pensamento e desejo de expansão do método Wolbachia para os  territórios mais diversos do país”, ressalta Moreira.

 

Com informações da Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ. 

Imagem: divulgação. 

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Eric Lima

Criador do Portal Pontual

Mestrado em Saúde, Sociedade e Endemias na área de concentração de Epidemiologia de Agravos e Prevalentes na Amazônia pelo instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/FIOCRUZ), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade Federal do Pará (UFPA - 2013). Tem experiência em pesquisa na área de Epidemiologia, Saúde Coletiva com ênfase em Saúde Pública, Avaliação de Serviço em Saúde e Saúde Baseada em Evidências, desenvolvendo estudos nos temas: Tuberculose, Resistência aos fármacos, Tuberculose Multirresistente, Coinfecção TB/HIV.

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