Maués, município a 268 km da capital Manaus passa por dias de abandono após derrota do atual prefeito Padre Carlos.
Pode um gestor parar os serviços essenciais da população após ser derrotado nas urnas? Esta é a pergunta que a população de Maués tem feito para o Ministério Público.
Em primeiro contato feito pela redação do nosso portal, essa foi a pergunta foi feita por um morador do município.
Prefeito Carlos Góes
O município passa por um dos piores episódios de gestão e amarga os últimos dias de mandato do atual prefeito Carlos Góes. A gestão do Padre Carlos foi marcada pelo desempenho insatisfatório frente a prefeitura e de pouca popularidade, pesquisas publicadas durante a campanha apontava um gestor desgastado com índices de 61% de rejeição.
As denúncias
Denúncias e relatos dão conta de que o município vive dias de ‘’caos’’ na saúde municipal, dentre eles o Centro de Especialidades Odontológicas – CEO, que foi de forma arbitraria fechada por falta de profissionais.
Profissionais da saúde denunciaram que o Siab – Sistema de Atenção básica do DATASUS não vem sendo alimentado, e muito menos foi atualizado. Ainda, unidades básicas tanto da zona urbana quanto rural tiveram seu funcionamento ‘’interrompido’’, serviços esses como: exames laboratoriais, ultrassonografia, atendimentos odontológicos, tudo isso por falta de materiais necessários para tais procedimentos.
Segundo profissional de saúde que entrou em contato com a nossa redação ‘’As farmácias foram fechadas nos postos de saúde e os pacientes todos encaminhados para a Central de Medicamentos, porém a Central se encontra de portas fechadas e há meses não entrega medicamentos a quem precisa’’.
A equipe de saúde Ribeirinha só existe nos cadastros do ministério da saúde (CNES), pois na realidade não funcionam. Além disto, os agentes Comunitários de Saúdes reclamam da falta de estruturas para executar seus trabalhos e do salário defasado. Por exemplo, os materiais de limpeza dos estabelecimentos de saúde são oriundos de doações dos profissionais que trabalham nestes locais.
‘’Nós como profissionais de saúde nos sensibilizamos e com nossos esforços tentamos suprir a carência de material para trabalhar. Mas sabemos que a falta destes materiais e por causa da falta de planejamento da prefeitura. (Funcionária)
Na apuração desta matéria existe indícios que o Ministério da Saúde encaminha verbas para manter uma Unidade Básica de Saúde nas dependências da Unidade Prisional do Município para atender a comunidade carcerária, mas de fato ‘’nunca’’ foi implantada.
O município possui apenas um hospital para atender a população, porém está em situação precária. O Hospital não tem sequer uma direção administrativa, falta medicamentos, materiais de higiene e limpeza, lençóis, alimentação para os funcionários, ar condicionados não funcionam, e a ambulância fica constantemente em manutenção. Há depoimentos que no transporte de pessoas acidentadas, os próprios moradores improvisam em carros particulares.
A cada semana, o prefeito vem divulgando uma lista de demissões, no caso específicos dos médicos, muitos foram demitidos por reclamar de atraso nos salários. Falta médicos para atender!
Mais denúncias
Outra denúncia, trata sobre a previdência municipal, documentos comprovam que o município recolheu os valores previdenciários dos servidores, porém, não repassou ao sistema da previdência municipal, configurando apropriação indébita, com um rombo que ultrapassa os 23 milhões de reais.
Na educação, o ano letivo está comprometido, pois a prefeitura não cumpriu com os 200 dias contabilizando 800 horas de aula, prejudicando os alunos da rede municipal. A falta de merenda escolar, atraso no pagamento dos professores também tem contribuído para a precariedade da educação em Maués.
Fim da gestão do prefeito Carlos Góes
A situação em Maués está notória ao andar no município, acúmulo de lixo e as ruas em uma total escuridão. Neste fim de semana irá acontecer a festa do guaraná, principal evento na agenda cultural do município. A população lamenta a situação e aguarda por mudanças na gestão do novo prefeito Júnior Leite eleito com 40,2% dos votos.
Redação.