Manaus | Artigo de opinião
Título: As “Modinhas” na Escola: “Maria sangrenta” X “Baleia Azul”.
Autor: Rodrigo Fróes.
Para os mais antigos a Lenda Urbana da “Maria Sangrenta”, para os mais jovens “Charlie Charlie” ou a “Baleia Azul”, modinhas? Ou algo para se preocupar?
Nos últimos dias as redes sociais foram tomadas pela “Baleia Azul” e não teríamos como deixar de abordar este assunto já que todos esses relatos ocorrem também no espaço escolar ou interferem diretamente no processo ensino-aprendizagem. Neste jogo virtual, os jogadores são estimulados a desafios como se arriscar em locais perigosos, se automutilar e o último é sempre tirar a própria vida.
Este jogo já fez várias vítimas, inclusive no Brasil e em Manaus. Mas não é de hoje que os jovens são levados a desafios. No meu tempo de escola a “modinha” mais conhecida era a “Maria Sangrenta” a famosa lenda que se falar o nome dela três vezes na frente do espelho ela aparecerá. Não se sabe se é verdade, pois nunca me arrisquei a fazer (Vai que ela aparecesse!), o que sei é que todos tinham medo de fazer isso na frente do espelho.
Recentemente lembro-me do caso do ritual de invocação de espíritos que causou tumulto em uma escola de Manaus, em que estudantes passaram mal após a brincadeira “Charlie Charlie” provocando reunião urgente com pais de alunos e com o Conselho Tutelar para tratar do assunto. O ritual “Charlie Charlie” envolve colocar dois lápis um em cima do outro em forma de cruz e escrever as palavras “sim” e “não” nos quadrados formados por eles. O invocador deve então perguntar “Charlie Charlie, você está aí?”. Se um dos lápis se mover para a palavra “sim”, o espírito estará presente.
Para evitar qualquer ação dessas “modinhas” compartilhadas nas redes sociais os pais precisam ficar de olho se a criança ou adolescente apresenta alguma mudança brusca de comportamento. Também é função dos pais demonstrar interesse pela rotina de seus filhos a fim de verificar se o jovem está com problemas, jovem esse que está sendo educado por séries de TV como “13 Reasons Why” em que o protagonista se suicida ou por correntes do tipo “Baleia Azul” compartilhadas nas redes sociais.
A Escola a partir das equipes diretivas (Diretor e pedagoga) em conjunto com os professores está identificando os casos e situações de risco entre os alunos tentando ajudar a construir laços. O que pensamos a partir de todo esse contexto que denominamos de “modinhas” é que infelizmente a internet virou uma terra sem Lei onde pessoas incitam a violência, publicam ofensas, externam todo tipo de preconceito e esse ambiente se converte muitas vezes num território de maldades.
Há uma verdadeira inversão de valores em curso, é preciso fazer uma revisão ética urgente no Brasil. Ser bom não dá ibope, fazer as coisas corretas não dá mídia, o politicamente correto está fora de moda.
Rodrigo Fróes