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Saúde | Atendimentos de baixa e média complexidade sobrecarregam rede de prontos-socorros na capital

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Manaus | Sexta-feira


Estudo que mostra que mais de 60% dos pacientes que buscam atendimento no Hospital e Pronto-Socorro da Zona Norte poderiam ter sido atendidos em Unidades Básicas de Saúde (UBS), do município, retrata a realidade de outros grandes hospitais da rede estadual, como João Lúcio, Platão Araújo e 28 de Agosto.

As três últimas unidades realizam por mês, em média, 90 mil atendimentos. Destes, muitos poderiam ter sido atendidos em UBSs ou nos Serviços de Pronto-Atendimento (SPAs). Segundo a diretora do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, Cláudia Teixeira, a população ainda tem dificuldade de compreender que, na rede pública de saúde, os atendimentos são classificados de acordo com a gravidade dos casos.

Seguindo esta lógica, os casos menos graves devem ir para as UBSs (postos de saúde), que são administradas pelas prefeituras. São situações, por exemplo, em que o paciente está com sintomas de gripe, precisa trocar um curativo, tomar vacina, algo que dá até para ir sozinho, sem precisar de ajuda.

Orientação – O Governo do Amazonas e a Secretaria de Estado de Saúde (SUSAM) estão usando as redes sociais para orientar a população. A primeira iniciativa foi um vídeo informativo, lançado nesta quarta-feira (20/12), no formato de animação, que mostra, de maneira simples e didática, que tipo de unidade a pessoa deve procurar, de acordo com o atendimento que necessita. O vídeo está postado no facebook oficial do Governo do Amazonas (www.facebook/governodoamazonas ).

Nas UBSs, ou postos de saúde, é possível, por exemplo, fazer pré-natal, consultas, acompanhamento médico, aplicação de vacinas e atendimento odontológico. “A UBS é a porta de entrada para quem não está passando mal”, explica Cláudia. Se no atendimento, na UBS, o médico entender que a situação merece uma atenção maior, ele encaminha o paciente para um local especializado.

Quando a pessoa está sentindo algo um pouco mais grave, como uma dor de barriga, mal estar súbito, uma batida na cabeça, dor forte no peito, diarreia, conjuntivite, por exemplo, deve procurar atendimento em um SPA, que faz parte da rede de atendimento do Governo do Estado. “A rede de SPAs possui infraestrutura para o atendimento de urgência e emergência de baixa complexidade, que inclui ainda pequenos ferimentos e cefaleia (dor de cabeça)”, diz Cláudia.

Quanto mais grave for o caso, maior prioridade de atendimento o paciente vai ter. Por exemplo, se uma pessoa vai a um SPA com o braço inchado, e chega alguém com uma dor muito forte, essa pessoa será atendida com prioridade.

Alta gravidade – O paciente só deve procurar os prontos-socorros nas situações de alta gravidade. São os casos de vítimas de acidentes de trânsito, com fraturas de membros, ferimento por arma de fogo ou branca, queimaduras. Também são casos de pronto-socorro as situações em que as pessoas sofrem um Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou qualquer outra situação em que a vida está em risco imediato.

A rede estadual de saúde conta, também, com prontos-socorros voltados para atendimento às crianças. Os pais devem levar os filhos para este tipo de unidade nos casos em que, por exemplo, a criança engolir um objeto estranho, como moeda, ou que apresente uma gripe forte.

Os prontos-socorros fazem parte da rede de saúde do Governo do Estado. Neles, a premissa do acolhimento dos pacientes é de acordo com a classificação de risco. Isto tem sido buscado em toda a Rede de Urgência e Emergência (RUE) do Estado, afirma Cláudia.

Por exemplo: se alguém chegar ao pronto-socorro com uma dor no joelho, lúcido, sem sintomas graves, precisará estar ciente de que ali há pessoas correndo risco de morte e que, por isso, terão prioridade no atendimento. A missão de toda a equipe médica neste tipo de unidade de saúde é salvar vidas que estão em risco naquele momento.

“O acolhimento dos pacientes, de acordo com a classificação de risco, garante não apenas a organização da rede de atenção, mas é também fundamental para salvar a vida de quem chega em estado crítico no pronto-socorro”, ressalta Cláudia.

É por isso que a orientação é que os pacientes com problemas de saúde, de baixa complexidade, procurem as unidades de pronto-atendimento ou de atendimento básico. “Somente os casos mais graves devem ser encaminhados aos prontos-socorros”, destaca.

Porta de entrada – O diretor do Hospital e Pronto-Socorro Platão Araújo, na zona Leste, Carlos Nossa, orienta que, quando o problema for de baixa complexidade, a população deve lembrar primeiro dos SPAs. “A porta de entrada na rede de emergência são os SPAs. Muitas das vezes, a pessoa vem ao pronto-socorro por causa de uma dor de cabeça, quando deveria procurar a média complexidade, que são justamente os SPAs”, conta o diretor.

Outra situação que acaba sobrecarregando as grandes unidades, como o Platão Araújo, são os atendimentos às crianças. O médico lembra que para atendimentos de urgência em pacientes menores de 18 anos, há os Hospitais e Prontos-socorros Infantis, em Manaus.

Pesquisa – A enfermeira do Hospital e Pronto-Socorro (HPS) da Zona Norte, Mariane de Souza Abreu, foi à cidade de Cali, na Colômbia, este ano, participar do Congresso Colombo X Brasileiro, apresentar um estudo elaborado no hospital que revelou que 64% dos pacientes que procuraram atendimento de urgência não tinham perfil para serem atendidos  em pronto-socorro. Esses pacientes deveriam ter buscado atendimento em UBS.

Mariane realizou a pesquisa tomando por base o Protocolo de Manchester, sistema de classificação de risco por cores, após uma triagem baseada nos sintomas, de forma a priorizar os casos graves. Cada cor representa o grau de gravidade do paciente e o tempo de espera recomendado para atendimento.

Aos doentes com patologias mais graves é atribuída a cor vermelha e o atendimento é imediato; os casos muito urgentes recebem a cor laranja, com um tempo de espera recomendado de dez minutos; os casos urgentes, com a cor amarela, têm um tempo de espera recomendado de 60 minutos. Os doentes que recebem a cor verde e azul são casos de menor gravidade (pouco ou não urgentes) e podem ser atendidos entre duas e quatro horas.

Os pacientes verdes e azuis são orientados a procurar as UBSs, mas, muitas vezes, eles fazem a opção de aguardar o tempo previsto no pronto-socorro.  “Os pacientes acreditam que, na urgência, conseguirão atendimento mais rápido do que se forem a uma UBS”, conta a enfermeira. “Como os prontos-socorros priorizam o atendimento aos que apresentam risco eminente de morte, os pacientes pouco ou não urgentes (verdes e azuis) aguardam, enquanto os doentes mais graves são atendidos”, diz Mariane.

Mariane também ressalta que o pronto-socorro é destinado aos pacientes em extrema urgência, com sintomas como pressão alta, glicemia alterada e vítimas de acidentes, dentre outros. Já a UBS é o local adequado para os que precisam de encaminhamento para alguma especialidade e em casos de menor gravidade, como gripe com mais de uma semana ou tosse há mais de um mês.

O levantamento realizado pela enfermeira levou em conta os atendimentos no pronto-socorro do HPS da Zona Norte nos últimos seis meses, quando 128 mil pacientes foram classificados segundo o Protocolo de Manchester. Mariane conta que a classificação de acordo com o Protocolo de Manchester é um procedimento que vem dando certo nas unidades de saúde, em especial nas unidades do Amazonas.

Fonte: Secom

Redação Por Natália Dantas

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Eric Lima

Criador do Portal Pontual

Mestrado em Saúde, Sociedade e Endemias na área de concentração de Epidemiologia de Agravos e Prevalentes na Amazônia pelo instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/FIOCRUZ), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade Federal do Pará (UFPA - 2013). Tem experiência em pesquisa na área de Epidemiologia, Saúde Coletiva com ênfase em Saúde Pública, Avaliação de Serviço em Saúde e Saúde Baseada em Evidências, desenvolvendo estudos nos temas: Tuberculose, Resistência aos fármacos, Tuberculose Multirresistente, Coinfecção TB/HIV.

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