Manaus | Terça-feira
Estudo foi feito com pacientes com malária por Plasmodium Vivax em tratamento com a cloroquina na FMT-HVD
A resistência in vivo à cloroquina usada no tratamento da malária causada por Plasmodium vivax, uma das espécies causadoras da doença, foi base de uma pesquisa científica realizada na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). O estudo caracteriza o mecanismo de resistência in vivo à cloroquina e tenta fazer a triagem de um biomarcador, ou seja, um procedimento para que no momento da triagem do paciente seja possível detectar se o mesmo apresenta ou não resistência à droga.
O estudo intitulado “Busca de biomarcadores para detecção de resistência clinica a cloroquina em pacientes com malária por P. Vivax” avaliou 260 pacientes com a doença, de 2013 a 2014. Dos métodos usados para diagnóstico da malária três pacientes apresentaram resistência in vivo utilizando PCR ultrassensível e nenhum pela gota espessa.
A coordenadora do estudo, a doutora em Medicina Tropical pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Gisely Cardoso de Melo, disse que durante a pesquisa os pacientes atendidos pela FMT-HVD foram caracterizados como resistentes, ou seja, que não respondem à droga cloroquina utilizada para tratamento do Plasmodium vivax.
Entre os métodos usados para diagnosticar a resistência à droga, o PCR ultrassensível foi mais eficaz na hora de detectar a resistência da droga do que o método por gota espessa e o PCR convencional. “Os pacientes que voltavam a ter malária eram confirmados se eram realmente resistentes à droga com a dosagem da cloroquina e desetilcloroquina no sangue no D28”, disse a pesquisadora.
Gisely informou ainda que nos pacientes que apresentaram resistência foi realizada a caracterização molecular, ou seja, a biomarcadores relacionados com o plasmodium para ver qual o mecanismo que desencadeava a resistência à cloroquina.
“Observamos que os pacientes resistentes à cloroquina tinham aumento da expressão de dois genes relacionado à resistência dos transportadores de droga e observamos que a expressão gênica estava aumentada nesses dois genes e que foi desencadeada pela inserção de 19 pares de bases seguidas 4 repetições AAG. ”, disse.
PPSUS – O Programa de Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS) é realizado pelo o Governo do Estado do Amazonas, por intermédio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), em parceria com o Ministério da Saúde (MS), por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (Decit/SCTIE/MS), com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e com a Secretaria de Estado da Saúde do Estado do Amazonas (Susam).
O objetivo do programa é financiar projetos de pesquisa que promovam a melhoria da qualidade da atenção à saúde no Estado do Amazonas no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), representando significativa contribuição para o desenvolvimento da CT&IS local.
Fonte: Secom
Redação Por Natália Dantas.