Festa da Literatura Careirense!
O poeta amazonense Henrique Lucas de Careiro, consagrou-se vencedor do 1° Concurso de Poesias Dr. Francisco Calheiros.
Tema: A paz em tempos de guerra.
Título da obra campeã: Versificadores de um tempo de paz.
Discurso do vencedor:
“Agradeço à Deus pelo dom da arte da palavra; aos amigos e familiares. Aos poetas, ao Governo Municipal pelo apoio junto a nossa AEPOCAM; a AEPOCAM e a AABLA; a Lena Macena; e, ao Instituto Evolução e a Pedro Calheiros e toda vossa família. Estou muito feliz com esta premiação e dedico ao meu povo de Careiro e em especial ao povo Mura. Deus seja louvado. Viva a poesia. Viva a paz!”
Versificadores de um tempo de paz
Poeta: Henrique Lucas
Em cada seio, o silêncio, “floresce” em explosões
Desvirtuando a concórdia e, o espírito da amizade
Onde está o homem, o perdão, a tez e, a piedade?
As rosas brancas já não eclodem nas estações
É tempo de esperançar a paz entre as nações
É preciso aprender com o sangue da história
Que a força, o “capetalismo”, o ódio e, o poder
Disseminam misérias, fazendo o Aedo perecer
Os mestres, a matriz, a pátria, ah, sem memória
Haja como o vento sobre o rio sereno a correr
Sob as mesas da geografia e querência voraz
O órfão pede colo, água, caridade, afago e pão
As fronteiras já não oferecem abraço e perdão
Outrora pelo Eden de coração manso e tenaz
“É tempo de borboletas”, de voar e talhar a paz
De Abrão, Roma, Síria, Ucrânia e bio-Favelas
Explodem as bombas do progresso e “piedade”
Abrindo feridas na íris dos olhos da humanidade
Não cubra minha pele com seu petróleo e terra
Dá-me um maço de flores, de paz e felicidade
As metrópoles e bibliotecas, armadas de mísseis
Mirram e disparam nas letras do sol e horizonte
Onde encontrar a paz neste globo aterrorizante
Transformam o nosso lar em escombros e fosseis
“Eu sou pão, a verdade e, a vida”, máxima distante
Nas praças, palácios e escolas a guerra não se desfaz
A canção de Calcutá, Luter King, Erasmo e Mandela
Dedilham a paz recitadada por Gandhi, sob as janelas
E assim compôs Roosevelt. “Não basta falar de paz”
É preciso ser Arns e Malala, quietude das flores belas
Nas avenidas e pontes, clama Portinari,“ O grito”
Declama nos telhados o vate Vinicius de Morais
A cascata da poesia urge “É tempo de amor e paz”
Na Rocinha, Iroxina, Síria e Ucrânia, aqui eu existo
Então, vamos lutar, e cortar as “videiras”, más
E que brote em cada entranha o perdão e, o amor
Seja em cada canto deste planeta batizado Terra
Que possamos ser paz, viver a paz e não a guerra
E que brote em cada um a empatia com candor
Que possamos ser paz, viver a paz e não a guerra
Por Bernardo Andrade
Foto: Nel Macena