Foi anunciado uma nova parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a World Mosquito Program (WMP), da Universidade Monash, na Austrália, para construção de uma biofábrica capaz de produzir até 100 milhões de mosquitos da espécie Aedes aegypti  por semana no Brasil.

O objetivo da produção de novos mosquitos é que eles sejam infectados com a bactéria Wolbachia e liberados nas cidades.

Dessa forma, eles vão se reproduzir com os Aedes aegypti e, assim, vão estabelecendo, aos poucos, uma nova população da espécie infectada com a bactéria.

A Wolbachia está presente em cerca de 50% dos insetos e em alguns mosquitos. Entretanto, não é uma bactéria encontrada naturalmente no Aedes aegypti. 

Quando a bactéria é inserida nesse mosquito, impede que o vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam dentro dele, consequentemente, diminuindo a incidência dessas doenças nas regiões que ocorreram as reproduções com os mosquitos soltos.

Resultados

O método Wolbachia tem dado ótimos resultados. Em 2021, um estudo publicado na revista científica “New England Journal of Medicine” avaliou uma redução nas ocorrências de dengue na cidade de Yogyakarta, na Indonésia, dois anos depois da liberação dos mosquitos infectados.

Essa tecnologia foi introduzida em 11 países, entre eles o Brasil. Aqui no país, as pesquisas são monitoradas pela Fiocruz e abarcam cinco cidades: Rio de Janeiro, Niterói, Campo Grande, Belo Horizonte e Petrolina.

Em 2021 foi divulgado uma redução de 70% dos casos de dengue, 60% de chikungunya e 40% de zika, na cidade de Niterói.

Além da biofábrica, está prevista um aporte adicional de R$ 80 milhões para ampliação imediata do método, sendo R$ 50 milhões do WMP e R$30 milhões do Ministério da Saúde, por meio da Fiocruz.

Dados

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil foi o segundo país com maior casos de dengue na América Latina em 2022.

Além disso, o país foi o segundo a registrar o maior número de casos de chikungunya, com seis mortes confirmadas e outras 23 em investigação.

Texto: da redação.

Fotos: divulgação.

Ilustração: Neto Ribeiro/Portal Pontual.