Um pesquisa intitulada “Taxonomia, Filogenia e Biogeografia do gênero de vespa social Polistes Latreille, 1802 (Vespidae: Polistinae)”está sendo desenvolvida com apoio do Governo do Estado, através da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
A pesquisa, já finalizada, tinha o objetivo de analisar as vespas sociais, conhecidas como cabas do gênero Polistes, em relação à sua taxonomia ( ciência que lida com a descrição, identificação e classificação dos organismos) e à sua sistemática, para contribuir com a classificação das espécies e compreensão das relações evolutivas.
Desenvolvimento da pesquisa
O estudo foi coordenado pelo doutor em Ciências Biológicas/Entomologia, Alexandre Somavilla.
Durante o estudo, foram examinados, aproximandamente, 10 mil indivíduos provenientes de coletas nos municípios de Manaus, Presidente Figueiredo, Iranduba, Ipixuna, Lábrea, Tefé, Canutama, Maués, entre outros. Além disso, também foram coletados de museus de história natural e coleções estrangeiras dos Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha, Dinamarca, Canadá e Paraguai, além de instituições brasileiras de São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Bahia e Rio Grande do Sul.
Com as análises, foram identificadas quase 100 espécies do genêro Polistes, um grupo bem representado na região amazônica, mas que tem uma distribuição mundial.
A pesquisa analisou as características morfológicas de indivíduos adultos fêmeas e machos, genitálias dos machos, ninhos, larvas, além de informações moleculares, no qual foram extraídos DNA dessas cabas.
O coordenador da pesquisa afirma que quando se fazem pesquisas desse tipo, se consegue organizar os organismos de maneira mais robusta, definir o que é uma espécie e todas as características dela, desde onde vivem até suas funcionalidades.
Com isso, essa pesquisa pode ser, futuramente, a base de outras. Segundo Somavilla, a taxonomia sempre foi uma ciência pouco entendida e muitos não veem sua importância. Esse trabalho envolve uma análise detalhada e a síntese de todo esse conhecimento.
Além disso, a taxonomia ajuda, também, na conservação e definição das áreas de preservação dos organismos estudados. O pesquisador explica que ainda é possível que a taxonomia tenha uma importância aplicada, como o estudo de um componente do veneno específico de uma espécie, que tem uma propriedade que pode curar o câncer ou qualquer outra doença.
Outro ponto que vale destacar é a percepção que a população tem desses insetos. O conceito negativo, criado pela maior parte da população é de que as cabas são ruins, lembrando apenas das ferroadas, das reações alérgicas e acidentes graves à saúde que elas podem ocasionar. Porém, o estudo dessas cabas também permite mostrar o lado positivo, por exemplo o equilíbrio ecológico que elas trazem ao ambiente.
As cabas também fazem polinização de algumas espécies de vegetais, além de serem bioindicadoras da qualidade ambiental e conseguirem viver e construir as suas casas, que são os ninhos, somente em ambientes bem estruturados ecologicamente.
Texto: da redação.
Fotos: divulgação.