Na atualidade falar de educação ambiental é um desafio, pois existem muitas informações no meio digital que “disputam atenção” com esse assunto.
Levando essa pauta para as escolas, o desafio é maior ainda, pois a instituição já tem que lidar com diversos assuntos denominados “mais importantes” que a educação ambiental.
Com a intenção de melhorar esse pensamento, a pesquisadora e coordenadora do Laboratório de Psicologia e Educação Ambiental (Lapsea/Inpa), Maria Inês Gasparetto Higuchi, criou o projeto Ecoethos, um programa que ajuda a fortalecer o ensino, o compromisso e a responsabilidade por meio de um jogo de imersão no ecossistema amazônico, buscando solucionar os problemas sociais e a capacidade de suporte ambiental.
Segundo a pesquisadora o Ecoethos da Amazônia é um jogo que trabalha com a simbologia dos quatro elementos: fogo, água, terra e ar, ampliando os conhecimentos e reflexões sobre as práticas diárias e sobre a relação indivíduo e ambiente.
Além disso, o jogo é uma plataforma de educação ambiental e tem objetivo de simular as consequências das nossas interações com o meio ambiente.
Play no jogo
O jogo estimula a busca de soluções cooperativas e responsáveis entre os estudantes, onde a dimensão ética é baseada na tolerância e no respeito.
Podem participar do jogo até 40 pessoas por vez, divididas em grupos que fazem rodízio em quatro estações.
Essas estações fazem referência às problemáticas relativas ao uso da água, ao uso do solo (terra), às emissões de gases de efeito estufa (ar) e ao consumo de energia (fogo).
A coordenadora explica como funciona o jogo. De acordo com ela ” os mestres demandam tarefas ao grupo e as escolhas feitas para a transformação do cenário ambiental produzem um grau de sustentabilidade e grau ético de responsabilidade gerado pela turma como um todo. Assim, caso todos optarem por algo sustentável, todos serão beneficiados, as escolhas mal feitas geram prejuízos a todos os seres”.
Desenvolvimento do projeto
O Ecoethos se iniciou no Inpa com mais de 3 mil participantes. Entretanto, era necessário que ele chegasse ao espaço escolar. Com isso, foi feita a capacitação dos professores e coordenadores das escolas para que o projeto fosse bem recebido e executado da forma correta.
Em 2021 o projeto foi implementado na Escola Estadual Ruth Prestes, na zona norte de Manaus, onde existe um corpo de professores e uma gestão que se responsabiliza pela adaptação e uso do Ecoethos à realidade escolar.
O professor Frank Gilney de Oliveira, atuante na escola que foi implementado o projeto, afirma que nos primeiros contatos dos alunos com o jogo foi possível notar o despertar da educação ambiental e os princípios morais que os estudantes adquiriram em grupo.
Para a aplicação do programa em sala de aula foram necessárias adaptações devido ao espaço físico, horário e pessoas disponíveis para serem instrutores nas estações. Porém, esses fatores não prejudicaram a aplicação do Ecoethos na escola.
O educador afirma que o Ecoethos é uma oportunidade muito importante para que a educação ambiental seja difundida para outras instituições de ensino. É uma maneira prática e divertida de educar os estudantes e, quem sabe, descobrir novos pesquisadores que possam contribuir para que nosso meio ambiente seja bem cuidado.
Texto: da redação.
Fotos: divulgação.
Ilustração: Neto Ribeiro/ Portal Pontual.