Um pesquisa apoiada pelo Governo do Amazonas através do Programa de Apoio à Fixação de Doutores no Amazonas (Fixam), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), está desenvolvendo um aplicativo que aprimora o cuidado da saúde em idosos, através das bases digitais de dados do Sistema Único de Saúde (SUS).
O estudo “Validação de modelo terapêutico grupal com o uso de aplicativo eletrônico para autogestão do cuidado por idosos com obesidade” conta com a intervenção psicológica em grupo e apoio da tecnologia, podendo, assim, mudar hábitos alimentares e de atividades físicas.
De acordo com a coordenadora do projeto, doutora em Saúde Coletiva, e pesquisadora da Fundação Universidade Aberta da Terceira Idade (Funati), Maira Mendes dos Santos Marques, o processo de realização da pesquisa foi feita em três etapas, são elas: pré-intervenção, intervenção e pós-intervenção.
A pesquisadora afirma ao portal que “a idea da pesquisa surgiu a partir do entedimento que a obesidade é uma condição que vem crescendo e que está associada a doenças crônicas e à saúde mental”, e como a doutora trabalha com o público da terceira idade, ela decidiu conciliar o trabalho psicológico com o físico e nutricional, para assim apoiar o público idoso como um todo.
Desenvolvimento da pesquisa
A primeira etapa consistiu, além da criação de protocolos de atendimento nutricional, psicológico e de atividade física, na concepção e desenvolvimento de um aplicativo digital para a autogestão de sáude dos idosos.
Essa primeira fase foi responsável, também, pela seleção dos indivíduos participantes da pesquisa, que ocorreu com o apoio do Conselho Estadual do Idoso e dos Centros de Convivência das zonas Sul e Oeste.
Já a segunda etapa foi a intervernção de fato. Os idosos foram separados em três grupos: atendimento psicológico individual sem uso do app, atendimento psicológico em grupo sem uso do app e atendimento psicológico em grupo com o uso do app. Os atendimentos com nutricionista e com educador físico eram os mesmos para todos os grupos.
E a terceira etapa foi a pós-intervenção, onde foram feitas as avaliações das experiências dos participantes com o uso do aplicativo, através de uma entrevista com os assistentes e os bolsistas em psicologia.
A pesquisadora destaca que foram aplicados, para avaliação do impacto do estudo sobre a mudança de estilo de vida e emagrecimento dos participantes, instrumentos para avaliação de depressão, ansiedade, hábitos alimentares e nivel de atividade física.
Informações da pesquisa
O estudo foi feito com idosos de 60 a 70 anos, com um histórico de sobrepeso ou obesidade.
Os participantes eram de associações comunitárias de zonas periféricas da cidade de Manaus. Os indivíduos que apresentavam declínio cognitivo ou algum tipo de perda da capacidade de realizar atividades básicas do dia a dia foram excluídos dessa análise.
Assim, 90% dos avaliados eram mulheres, o que reflete a maior participação feminina nas atividades comunitárias.
Com a finalização da pesquisa, os dados apontam que não houve diferença significativa entre os grupos de intervenção. Entretanto, uando consideradas todas as intervenções em conjunto, o modelo terapêutico mostrou-se efetivo para a mudança dos hábitos alimentares, atividade física e redução do peso corporal e circunferência abdominal.
Aplicativo
Para a criação do aplicativo, a pesquisa contou com a parceria de cientistas e desenvolvedores da Universidade Passo Fundo (UPF), instituição privada situada no Rio Grande do Sul (RS).
“Para nos ajudar, tivemos financiamento da FAPEAM. Já quem desenvolveu o aplicativo foi um programador parceiro de Passo Fundo. Fizemos parceria com pesquisadores e desenvolvedores da UPF que nos ajudaram a desenhar, conceber e avaliar o aplicativo.”
Além disso, ela ainda destaca ” decidimos usar a tecnologia para esse projeto, pois precisamos pensar em intervesões eficientes para saúde pública, visto que o sistema está lotado e não tem atendimento para todos.” Dessa forma, o uso da tecnologia vem para alcançar um número maior de pessoas na saúde pública.
O aplicativo ainda não está disponível nas plataformas digitais e a doutora destaca: “não pretendemos expadir o aplicativo para plataformas digitais, pelo menos não agora, pois precisaríamos de investidores e financiamento”.
Texto: da redação.
Fotos: divulgação.
Ilustração: Neto Ribeiro/ Portal Pontual.