terça-feira, julho 1, 2025
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Pesquisa analisa o ressurgimento do sorotipo 3 da dengue no país

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Recentemente um estudo foi feito com a finalidade de analisar o ressurgimento do sorotipo 3 do vírus da dengue, que há mais de 15 anos não causa epidemias no país.

A pesquisa coordenado pela Fiocruz Amazônia e pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), apresenta a caracterização genética do vírus referente a quatro casos da infecção registrados este ano em Roraima, região Norte, e no Paraná, Sul do país.

A circulação de um sorotipo ausente há tanto tempo preocupa os especialistas, e faz acender um alerta quanto ao risco de uma nova epidemia causada por esse sorotipo viral.

Desenvolvimento da pesquisa 

Com a intenção de disseminar rapidamente os resultados da pesquisa, tais resultados foram publicados  em artigo preprint na plataforma medRxiv.

A pesquisa contou com a parceria dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens) de Roraima e do Paraná, além da participação de especialistas de diversas instituições de pesquisa.

De acordo com Felipe Naveca, virologista, chefe do Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes e Negligenciados da Fiocruz Amazônia e pesquisador do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos do IOC/Fiocruz, que atua como referência regional para dengue, febre amarela, chikungunya, zika e vírus do Nilo ocidental, as análises indicam que a linhagem detectada foi introduzida nas Américas a partir da Ásia, no período entre 2018 e 2020, provavelmente no Caribe, então nos próximos meses ou anos, epidemias causadas por esse sorotipo irão ocorrer.

Dos quatro casos analisados, três são referentes a casos de Roraima, onde os indivíduos se infectaram no estado e não tinham histórico de viagens. E o caso do Paraná foi diagnosticado em uma pessoa vinda do Suriname.

Os casos foram identificados pelos Lacens de Roraima e Paraná, respectivamente. Como são casos de sorotipo 3, foi essencial fazer a análise juntamente aos Lacens  e várias outras instituições de pesquisa que assinam esse resultado, entre as quais o Instituto Evandro Chagas no Pará, referência nacional para arboviroses, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) – unidade Porto Rico e o departamento de saúde do estado da Flórida.

Alerta

O ressurgimento desse sorotipo é um alerta para toda região das Américas, tendo em vista que se está tendo um grande número de casos de arboviroses esse ano no Brasil, a detecção de um novo sorotipo do vírus da dengue não é uma boa notícia.

O vírus da dengue possui quatro sorotipos. A infecção por um deles gera imunidade contra o mesmo sorotipo, mas é possível contrair dengue novamente se houver contato com um sorotipo diferente.

Além disso, o risco de uma epidemia com o retorno do sorotipo 3 ocorre por causa da baixa imunidade da população, pois poucas pessoas contraíram esse vírus desde as últimas epidemias registradas no começo dos anos 2000. Ainda, existe o perigo da dengue grave, que ocorre com mais frequência em pessoas que já tiveram a doença e são infectadas novamente, por outro sorotipo.

Apoio

A pesquisa contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam); da Rede Genômica de Vigilância em Saúde do Amazonas; da Rede Genômica Fiocruz; do Inova Fiocruz (Inovação Amazônia); do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) do Ministério da Saúde do Brasil; do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

 

Texto: da redação.

Fotos: divulgação.

Ilustração: Neto Ribeiro/ Portal Pontual. 

 

 

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Eric Lima

Criador do Portal Pontual

Mestrado em Saúde, Sociedade e Endemias na área de concentração de Epidemiologia de Agravos e Prevalentes na Amazônia pelo instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/FIOCRUZ), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade Federal do Pará (UFPA - 2013). Tem experiência em pesquisa na área de Epidemiologia, Saúde Coletiva com ênfase em Saúde Pública, Avaliação de Serviço em Saúde e Saúde Baseada em Evidências, desenvolvendo estudos nos temas: Tuberculose, Resistência aos fármacos, Tuberculose Multirresistente, Coinfecção TB/HIV.

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