Um projeto está fazendo um experimento de pesquisa, ensino e extensão em nove estados da Amazônia Legal com o objetivo de investigar o efeito de uma nanomolécula de carbono no solo e na planta para recuperar áreas degradadas e impactadas pelo desmatamento. A árvore escolhida para a experiência de pesquisa foi a castanheira, árvore nativa da Amazônia.
O projeto é realizado em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/ MCTI) e a empresa Krilltech Nanotecnologia Agro.
O que é a nanomolécula?
A nanomolécula (arbolina) é um biofertilizante capaz de aumentar a tolerância das plantas ao estresse provocado pela baixa disponibilidade de nutrientes e água, pela alta irradiância solar e temperatura em áreas em estado de degradação.
Esses processos são desfavoráveis para a recuperação do solo, tornando o processo mais desafiador e oneroso.
Já com o uso da nanotecnologia, pode-se potencializar o crescimento de árvores no campo, na medida que intervém no processo fisiológico da planta.
A arbolina, desenvolvida pela Krilltech, tem demonstrado grande potencial para alterar as trocas gasosas, tornando a captura e o uso da luz pela planta mais eficientes.
De acordo com o gerente de Tecnologia de Baixo Carbono da Shell Brasil, Alexandre Breda, irão ser trabalhadas três frentes na pesquisa: primeiro, com Inpa, será buscado entender os diferentes sistemas de plantio e como eles podem auxiliar no reflorestamento. Já junto à Krilltech, procurarão saber como a arbolina pode influenciar no crescimento de espécies nativas da Amazônia. E, por fim, com a Treevia, empresa de mensuração florestal parceira do projeto, irão tentar provar um meio de contabilizar o carbono sequestrado pela floresta.
Funcionamento da arbolina
Esse produto será pulverizado nas folhas de árvores cultivadas no sistema de plantio puro (somente com castanheiras), misto (castanheiras com outra árvore do bioma local) e sistema agroflorestal (castanheiras combinadas com outras espécies frutíferas, adubadoras, arbustos, entre outras).
Além de avaliar os efeitos na produtividade e de monitorar o comportamento da castanheira, o experimento pretende medir os estoques de biomassa e o acúmulo de carbono em áreas cultivadas com e sem a aplicação da arbolina através de um sensor que irá mensurar a circunferência das árvores e informará os estoques de carbono na biomassa e acima do solo.
Esse “laboratório vivo” irá permitir a dinâmica da restauração florestal e compreender o potencial impacto da arbolina nos custos de projetos de reflorestamento, visando o mercado de créditos de carbono.
Sobre o projeto
O estados que estão destinados a teste são: Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Amapá, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso, constituindo a Amazônia Legal.
A pesquisa, iniciada em 2022, deve durar três anos. A Shell Brasil financia o projeto com recursos oriundos da cláusula PD&I da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que estabelece que as concessionárias destinem 1% da receita bruta em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação no Brasil.
Texto:da redação.
Fotos: divulgação.
Ilustração: Neto Ribeiro/Portal Pontual.