Uma pesquisa da Fiocruz Amazônia ganhou o Prêmio CAPES de Tese de 2023, uma das maiores premiações de pós-graduação no Brasil.
A tese “Novas abordagens para o desenvolvimento de insumos e métodos para diagnóstico de malária” foi orientada pelo pesquisador do Laboratório de Diagnóstico e Controle de Doenças Infecciosas na Amazônia (DCDIA) Luís André Mariúba; e desenvolvida pela pós-doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Biologia da Interação Patógeno-Hospedeiro (PPGBIO-Interação) do ILMD / Fiocruz Amazônia, Juliane Côrrea Glória.
A pesquisa se desenvolveu com um novo método de solubilização de nanotubos de carbono para que fossem utilizados como carreadores em imunizações de galinhas com peptídios sintéticos de proteínas do parasita da malária.
Com isso, pode se constatar que as galinhas imunizadas produziram anticorpos contra os marcadores alvo e , assim, esses anticorpos foram capazes de reconhecer a proteína alvo em amostras de sangue total de pacientes com malária, sem apresentar reatividade cruzada com amostras de pessoas saudáveis.
Durante o doutorado, a pesquisadora teve oportunidade de aumentar os objetivos de sua pesquisa, ela foi selecionada para um doutorado sanduíche.
Foi nesse período que ela aplicou a metodologia de estudo, tendo como alvo um antígeno marcador de infecção de malária. Eles trabalharam com os “anticorpos plásticos”, que são moldes produzidos com polímeros resistentes e econômicos, para que o antígeno seja detectado por meio de sinais elétricos ao encaixar nesse molde.
Apesar de ter realizado mestrado e doutorado pela UFAM, Juliane faz parte do grupo DCDIA da Fiocruz Amazônia desde seu ingresso no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica (PIBIC) da Instituição.
Sobre o prêmio, Juliane afirma que recebe-lo é um fato marcante em sua trajetória, em especial pela relevância da premiação em uma categoria que premia teses realizadas por mulheres no Brasil.
Vale ressaltar que é a primeira vez que um estudo desenvolvido na Fiocruz Amazônia tem uma tese escolhida como a melhor do Brasil pela CAPES.
A pós-doutoranda, como prêmio, ganhou uma bolsa para estágio pós-doutoral em instituição internacional, por até 12 meses, certificado e troféu.
Os orientadores recebem uma pemiação de R$ 9 mil para participar de congresso internacional e certificado de premiação que também será entregue aos coorientadores e ao Programa.
Juliane é graduada, mestre e doutora em Biotecnologia pela Universidade Federal do Amazonas (2022), o último com período sanduíche no Instituto Superior de Engenharia do Porto (Porto-Portugal).
Realiza estudos com foco no desenvolvimento de anticorpos IgY e scFv para diagnóstico de malária e outras doenças infecciosas.
Texto: da redação, com informações da Fiocruz Amazônia.
Fotos: Eduardo Gomes (ILMD / Fiocruz Amazônia).