segunda-feira, maio 13, 2024
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Pesquisadores da Fiocruz Amazônia abordam avanços e perspectivas no enfrentamento à dengue

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O Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), representado pelos pesquisadores, Felipe Naveca, Coordenador do Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes ou Negligenciados, e Sérgio Luz, Coordenador do Núcleo de Patógenos Reservatórios e Vetores na Amazônia (PReV-Amazônia), vinculado ao Laboratório Ecologia de Doenças Transmissíveis na Amazônia (EDTA), esteve presente no colóquio “Avanços e Perspectivas no Enfrentamento à Dengue”, ocorrido na última quarta-feira,17/4, na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Brasília.

O evento reuniu, especialistas brasileiros em arboviroses e representantes da OPAS e Organização Mundial da Saúde (OMS). O colóquio foi dividido em mesas e painéis que discutiram o cenário epidemiológico da dengue no mundo, nas Américas e no Brasil, ações de enfrentamento da epidemia de dengue, desafios da assistência e da vigilância, além de prevenção e resposta a emergências em saúde.

Compondo a mesa temática “Desafios da assistência e da vigilância”, o virologista e pesquisador da Fiocruz, Felipe Naveca, destacou que vê como aspecto positivo a aproximação entre a ponta e os laboratórios de referência dos institutos de pesquisa. O pesquisador pontuou ainda que os aprendizados adquiridos nos Laboratórios Centrais de Saúde Pública têm sido de grande importância para as expertises acumuladas, que podem ser utilizadas no enfretamento a emergências.

“Gostaria de ressaltar que vejo na melhoria de diagnóstico, nos últimos anos, muitas vezes se deu por uma maior aproximação entre a ponta e nós que estamos nos laboratórios de referência ou nos institutos de pesquisa. Cito especialmente a experiência que tive em alguns LACENs, como por exemplo o de Roraima, que já trabalha conosco há mais de 15 anos, e no final de 2022, percebeu que tinha alguma coisa errada com a baixa positividade nos testes ZDC . Era justamente o começo de subida de casos de Oropouche, o surto atual, mas que desde o final de 2022, temos a mesma linhagem circulando. Assim como a detecção dos primeiros casos de Dengue 3 no Brasil, que também chamaram atenção por ser algo que a gente não via há algum tempo. Essa proximidade tem sido algo muito interessante na experiência que a gente tem acumulado”, explica Naveca.

Sérgio Luz, falou sobre os resultados positivos dos estudos com o uso das estações disseminadoras de larvicida. “Venho desenvolvendo estudos com estações disseminadoras de larvicidas, que usa o princípio da disseminação, onde nós testamos em larga escala. Fizemos em um bairro da cidade de Manaus, e depois repetimos isso em toda uma cidade isolada, onde tivemos resultados muito surpreendentes e, de lá pra cá, com o advento da Zika em 2016, estamos desenvolvendo isso juntamente com o Ministério, no sentido de tentarmos colocar essa estratégia nas outras cidades, para conhecer como essa ação pode ser avaliada em diferentes paisagens, locais, e principalmente avaliar as intercorrências dessa estratégia dentro da realidade do serviço”, explica Luz.

Durante a fala, Sérgio também compartilhou relatos de experiência com a coleta de vetores e, ponderou a necessidade de mais estudos para que seja possível a compreensão de grandes epidemias e infecções de arbovírus no Brasil e no mundo. “O Oropouche sempre esteve rondando as infecções de arbovírus no Brasil e no mundo, sendo considerado inclusive o segundo maior arbovírus até chegar o Chikungunya e o Zika. Nós enfrentamos uma epidemia, estamos ainda enfrentando uma epidemia com mais de dois mil casos detectados de Oropouche, e eu gostaria de chamar atenção nesse sentido, para o seguinte: Eu trabalhei coletando os vetores para vermos quem realmente está infectado, pois existem poucos estudos que acompanham a transmissão do Oropouche. Tradicionalmente, o que se existe mais antigo na literatura é que ele é transmitido pelo Culicoides paraensis, e existem outros mosquitos envolvidos na transmissão como o Culex quinquefasciatus, existem alguns mosquitos silvestres como Aedes serratus Coquillettidia, que foram pegos infectados, mas há uma diferença bem grande entre os que foram detectados infectados e os que realmente estão transmitindo e mantendo a circulação do vírus. A gente precisa conhecer melhor isso”, pontuou.

 

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Eric Lima

Criador do Portal Pontual

Mestrado em Saúde, Sociedade e Endemias na área de concentração de Epidemiologia de Agravos e Prevalentes na Amazônia pelo instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/FIOCRUZ), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade Federal do Pará (UFPA - 2013). Tem experiência em pesquisa na área de Epidemiologia, Saúde Coletiva com ênfase em Saúde Pública, Avaliação de Serviço em Saúde e Saúde Baseada em Evidências, desenvolvendo estudos nos temas: Tuberculose, Resistência aos fármacos, Tuberculose Multirresistente, Coinfecção TB/HIV.

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