Fortalecendo a pesquisa em vigilância em saúde no Amazonas, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) integra o estudo sobre o surgimento de um novo vírus Oropouche relacionado à ocorrência de casos recentes na região amazônica brasileira no período de 2022 a 2024. Os resultados da pesquisa foram divulgados aqui.
O estudo incluiu o sequenciamento de 382 genomas do vírus Oropouche (OROV) de amostras de pacientes coletadas nos estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, entre os anos de 2022 e 2024, com o objetivo de rastrear a origem e evolução genética do vírus.
As análises identificaram que a ocorrência de casos recentes de Febre do Oropouche coincide com o surgimento de uma nova linhagem viral contendo segmentados de vírus detectados na região amazônica oriental de 2009 a 2018 e segmentados de vírus detectados no Peru, Colômbia e Equador de 2008 a 2021.
Conforme a pesquisa, a nova linhagem OROV recombinada provavelmente surgiu na região central do Amazonas entre 2010 e 2014. O estudo fornece uma visão do comportamento do vírus Oropouche, mostrando o pico de transmissão ocorrido durante o período chuvoso.
Os resultados do estudo são estratégicos para a formulação de ações de vigilância genômica ampla e de longo prazo para fortalecimento do entendimento da carga real do OROV dentro e além da região amazônica.
A detecção da infecção pelo vírus foi possível usando exame PCR em tempo real que detecta os vírus OROV e Mayaro. O protocolo foi implementado em todos os Laboratórios Centrais de Saúde Pública pelo Ministério da Saúde, além de ser recomendado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Segundo o virologista Felipe Naveca, do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Amazônia), e um dos autores do estudo, a pesquisa contribuiu, ainda, para a identificação das rotas de migração que o vírus seguiu. Esse tipo de informação não era conhecida.
Uma das pesquisadoras da FVS-RCP que participa do estudo é a diretora de Ensino, Pesquisa e Inovação da fundação, Luciana Fé. “Os dados obtidos nos fornecem subsídios para análises que ajudam o corpo de pesquisadores a formulação de conhecimento fortalecendo a tomada de decisões e entendimento sobre a doença”, acrescentou a pesquisadora.
Com informações da FVS-RCP.