segunda-feira, julho 7, 2025
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Açougue que vendia ossos retira placa após repercussão em SC

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A procura por osso de boi nos açougues em Florianópolis inflacionou as partes bovinas mais dispensáveis. Comumente doado, ou vendido a preço simbólico, a imagem do cartaz em um açougue com a anotação “R$ 4 kg. Osso é vendido, não doado” gerou repercussão nas redes sociais, com críticas do Procon, o que levou o estabelecimento a retirar o anúncio.

Cenas como a de um caminhão de ossos no Rio de Janeiro sendo disputado pela população evidencia a crise econômica vivida pelas famílias mais carentes com a alta no preço dos alimentos, a disparada do valor do botijão de gás e o crescente desemprego.

A cobrança dos açougues em Santa Catarina pelo quilo do osso de boi chamou a atenção do Procon Estadual, que determinou a suspensão da cobrança sob pena de prática de “vantagem excessiva”, segundo prevê o artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor.

A cobrança, segundo Tiago Silva, diretor do Procon estadual, é usada como barreira para afastar justamente os mais pobres.

“A forma como foi colocado aquele cartaz, com aqueles dizeres, tem um intuito claro de afastar as pessoas que vão pedir ossos no açougue. É desumano, sabendo a situação que muitas famílias hoje se encontram”, disse à reportagem.

Após a notificação, o açougue em Florianópolis tirou a placa e suspendeu a venda de ossos. Por telefone, a proprietária, que pediu anonimato, disse que sempre doou ossos de boi, mas que a cobrança passou a ser praxe entre os açougues da região.

“Estou muito chateada com toda exposição que tivemos. Eu já doei muito, e todos vendem, agora não vamos mais vender nem doar”, disse.

Segundo o diretor do Procon, oito estabelecimentos foram fiscalizados, mas apenas um local foi flagrado realizando a venda. A orientação do Procon pede que os açougues de Santa Catarina “se abstenham de cobrar pelos ossos de boi, mas que apenas efetuem doações”.

A reportagem encontrou outros açougues na região que comercializam osso de boi. Thiago Kretzer, 36, dono de um dos locais, diz que a venda de “resíduos” da carne bovina se tornou comum.

“Nós vendemos para uma empresa que coleta esses resíduos. Eles pagavam R$ 1 o quilo, mas agora, com a alta dos preços, estão pagando R$ 2”, afirmou. Segundo Kretzer, o açougue que ele coordena gera 500 quilos de ossos por semana. Mas ressalta que as lojas da rede não fazem a venda de ossos no balcão, tão pouco doações.

“Não podemos doar para todo mundo, o balcão viraria uma loucura. Tem muitos moradores de rua na região”, disse. “Nós fazemos doações, sim, ou vendemos por um preço simbólico quando algum cliente pede, mão não dessa forma”.

Ele considera a determinação do Procon excessiva e que a venda dos ossos ajuda a pagar os custos.

Além do interesse por ossos, cortes menos nobres, como pés de frango, músculo e língua passaram a ser mais consumidos, especialmente por moradores da periferias das capitais.

É mais um aspecto das mudanças de hábito dos brasileiros impactados pelo aumento da carne vermelha, que acumula aumento de 30,7% nos últimos 12 meses, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Por Fábio Bispo/FOLHAPRESS

Foto: Divulgação

Redação por Bernardo Andrade

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Criador do Portal Pontual

Mestrado em Saúde, Sociedade e Endemias na área de concentração de Epidemiologia de Agravos e Prevalentes na Amazônia pelo instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/FIOCRUZ), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade Federal do Pará (UFPA - 2013). Tem experiência em pesquisa na área de Epidemiologia, Saúde Coletiva com ênfase em Saúde Pública, Avaliação de Serviço em Saúde e Saúde Baseada em Evidências, desenvolvendo estudos nos temas: Tuberculose, Resistência aos fármacos, Tuberculose Multirresistente, Coinfecção TB/HIV.

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