Um projeto apoiado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mapeou as violações em sáude e Direitos Humanos em territórios periféricos do Estado do Rio de Janeiro.

Intitulado “Promoção da Saúde e Direitos Humanos no Estado do Rio de Janeiro”, foi coordenado pela Cooperação Social da Presidência da Fiocruz, finalizado em maio e com previsão de reedição no segundo semestre deste ano.

Sobre a cartografia 

A cartografia social pode ser entendida como um processo participativo que envolve moradores de um território e profissionais para recriar os mapas de seus locais de pertencimento, inserindo as referências geográficas, sociais e políticas que eles acham importantes. No caso da cartografia produxida no porjeto, o foco estava em identificar as violações de direitos e imprimi-las no mapa.

Dejany Ferreira, psicóloga de formação, coordenadora e uma das idealizadoras do projeto explica que neste tipo de trabalho, tem-se os moradores dos territórios como agentes diretos da ação. Isso faz com que a pesquisa tenha uma forma mais fiel das necessidades desses territórios, pois são eles mesmos que vivem nesses espaços.

Desenvolvimento do projeto

Para realização do trabalho, foram realizadas oficinas entre as lideranças dos territórios. Esse projeto opera com o paradigma da promoção da saúde e de suas determinações sociais, valorizando os indivíduos como sujeitos de direitos civis, sociais e políticos.

De acordo com Guilherme Pimentel, ouvidor geral da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro e presidente do Conselho Nacional de Ouvidorias das Defensorias Públicas do Brasil, iniciativas como essa são fundamentais pra construção de serviços públicos que assegurem direitos e cumpram sua função na sociedade.

Já o deputado federal, Marcelo Freixo, autor da emenda parlamentar que financiou o projeto, afirmou o potencial da cartografia social como instrumento que possibilita reconhecer as potencialidades e problemas de um território buscando reconhecimento do poder público para essas questões.

A cartografia “Saúde e defesa de direitos: uma cartografia dos territórios populares do Rio de Janeiro” é composta por 50 páginas, abordando a metodologia das oficinas, dicas de filmes e músicas alinhados com a perspectiva crítica que embasa a produção, fotografias, e os mapas.

Na descrição de cada um dos territórios, há um breve histórico das relações entre população e Estado no local e seus principais desafios.

Ao final do documento, são relatados pelas lideranças os potenciais de parcerias que foram identificados na configuração da rede de defensores de direitos, relembrando que esse é o principal objetivo do projeto.

Texto: da redação. 

Fotos: divulgação.