Na Amazônia já é possível ver os dois primeiros anéis de torres de 35 metros de altura que vão aspergir gás carbônico em círculos de 30 metros de diâmetro para buscar entender como a maior floresta tropical do mundo vai se comportar no futuro frente às mudanças climáticas.
Essa informação foi dada pelo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Carlos Alberto Quesada, durante a mesa redonda na 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Desenvolvimento da pesquisa
No momento, a pesquisa está na fase do protótipo que são os dois primeiros anéis, de um total de seis, em floresta e a céu aberto.
Já as torres de 35 metros estão levantadas e os guindastes operacionais em campo. A primeira fase está quase em conclusão.
Ainda, de acordo com o coordenador, a plataforma é desejada pela comunidade científica há mais de 30 anos, já que os experimentos realizados em outros biomas do mundo não são mais capazes de reduzir as incertezas sobre a trajetória que a Floresta Amazônica tomará num cenário mais quente e mais seco.
Floresta Amazônica
Esse serviço ambiental ajuda no equilíbrio climático e ciclo da água, com impacto direto na formação de chuvas fundamentais para o abastecimento energético e a agricultura do país.
Há pesquisas que indicam que a Amazônia poderá se tornar uma savana a continuar com o mesmo modelo de queima de combustíveis fósseis e de desmatamento da floresta.
De acordo com o coordenador do AmazonFACE, o pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), David Lapola, os modelos atuais predizem que o aumento de CO2 vai estimular a produtividade da floresta tropical e a Amazônia responderá fortemente ao CO2.
O que é AmazonFACE?
O AmazonFACE é um programa do MCTI, coordenado pelo Inpa e pela Unicamp, tendo apoio internacional do governo britânico, através do FCDO e implementado pelo Met Office, o Serviço de Meteorologia Britânico.
O experimento utiliza a tecnologia FACE (Free Air Carbon Dioxide Enrichment ou enriquecimento de gás carbônico ao ar livre, em português), que libera CO2 sobre a vegetação dentro do anel de pesquisa e monitora suas respostas.
A tecnologia existe desde os anos de 1990 e já foi aplicada em florestas temperadas nos Estados Unidos e no Reino Unido. Em Floresta tropical é a primeira vez, e o sítio experimental do programa está instalado numa base de apoio à pesquisa do Inpa, que fica a 80 quilômetros de Manaus.
Texto: da redação, com informações do Inpa.
Fotos: divulgação.