Manaus | 17 de Junho de 2019 (Segunda-feira)
O Documento de Trabalho (Instrumentum Laboris) foi publicado na manhã desta segunda-feira (17) pela Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos e apresentado à imprensa, ressaltando a importância da aliança entre a Igreja e o mundo amazônico.
O mesmo é fruto de um processo de escuta que começou em janeiro do ano anterior com a visita o Papa Francisco a Puerto Maldonado (Peru), prosseguindo com a consulta ao Povo de Deus em toda a Região Amazônica por todo o ano e concluindo com a II Reunião do Conselho Pré-Sinodal, em maio passado.
O território da Amazônia abrange uma parte do Brasil, da Bolívia, do Peru, do Equador, da Colômbia, da Venezuela, da Guiana, do Suriname e da Guiana Francesa, em uma extensão de 7,8 milhões de quilômetros quadrados, no coração da América do Sul. Suas florestas cobrem aproximadamente 5,3 milhões de km2, o que representa 40% da área de florestas tropicais do globo.
Documento em Partes
A primeira parte do documento, denominado “A voz da Amazônia”, mostra a realidade do território e de seus povos, iniciando pela vida e a sua relação com a água e os rios, “que fluem como veias da flora e fauna do território, como manancial de seus povos, de suas culturas e de suas expressões espirituais, alimentando a natureza, a vida e as culturas das comunidades indígenas, camponesas, afrodescendentes, ribeirinhas e urbanas”.
“Vida ameaçada, ameaça integral” aborda sobre as destruições e explorações ambientais, frisando a violação dos direitos dos povos originários, como seu direito ao território, à autodeterminação e entre outros.
“Rios, Manancial de povos”, apresenta “a mudança climática e o aumento da intervenção humana (desmatamento, incêndios e alteração no uso do solo) estão levando a Amazônia rumo a um ponto de não-retorno, com altas taxas de desflorestação, deslocamento forçado da população e contaminação, pondo em perigo seus ecossistemas e exercendo pressão sobre as culturas locais”.
Já na segunda parte do documento, chamada “O clamor da terra e dos pobres”, mostra sugestões e examina as questões relativas à ecologia integral.
“Há quem se sinta forçado a sair de sua terra; muitas vezes cai nas redes das máfias, do narcotráfico e do tráfico de pessoas (em sua maioria mulheres), do trabalho e da prostituição infantil. Trata-se de uma realidade trágica e complexa, que se encontra à margem da lei e do direito”.
Em seguida, “Território de esperança e do ‘bem viver’” relata que os povos amazônicos na verdade têm muita a nos ensinar, e faz uma ressalta para que nós saibamos reconhecer os seus cuidados com a terra, fazendo com que ela seja preservada até atualmente.
O Documento de Trabalho analisa também a situação dos Povos Indígenas em Isolamento Voluntário (PIAV), na parte “Povos nas periferias”, alegando que “são vulneráveis perante as ameaças… do narcotráfico, de megaprojetos de infraestrutura, e de atividades ilegais vinculadas ao modelo de desenvolvimento extrativista”.
Em seguida vamos a “Pará, comunidade ribeirinha do Rio Tapajós”, onde somos apresentados há algumas estatísticas e por fim, os “Padres Sinodais da Pan-amazônia”, onde os mesmos discutem o segundo binário do tema proposto pelo Papa: os novos caminhos para a Igreja na região.
Você pode conferir o documento completo clicando aqui.
Foto: Reprodução/ Vatican News.
Fonte: Agência Brasil com a publicação do site Vatican News.
Redação por Ana Flávia Oliveira.