Manaus | Segunda-feira
Segundo o diretor-presidente da FMT-HVD, Marcus Guerra, uma das metas da atual administração do órgão, que assumiu há um mês, é ampliar as pesquisas desenvolvidas, incluindo os estudos sobre HIV. “Os índices de infecção por HIV continuam altos em todo o país. Com o novo laboratório, será possível ampliar os estudos nessa área, sempre com o objetivo de oferecer qualidade de vida aos pacientes”, destacou.
O diretor ressalta que existem várias complicações que envolvem o HIV, que ainda precisam de pesquisas científicas para que se possa solucionar e oferecer aos pacientes maior sobrevida e com qualidade. “A assistência ao paciente e a pesquisa cientifica caminham juntos dentro da FMT. Com o avanço das pesquisas, os pacientes atendidos na unidade serão os principais beneficiados”, frisou.
Atividades educativas – O laboratório contará, também, com salas para as Organizações Não Governamentais (Ongs) que trabalham com pessoas portadoras de HIV, desenvolverem atividades educativas. “As Ongs possuem um papel fundamental no trabalho de orientação à população e as salas servirão para dar suporte a essas atividades”, disse Marcus Guerra.
O diretor de Ensino e Pesquisa da FMT, Wuelton Monteiro, diz que a instituição já desenvolve estudos nessa área, em parceria com centros de pesquisas nacionais e internacionais. Ele explica que, atualmente, está em execução os testes de um novo tratamento para prevenção de doenças cardíacas (ataque cardíaco e derrame cerebral), em pacientes com HIV. O risco de desenvolver problemas cardiovasculares é 40% maior em pessoas com a doença.
Pesquisa inédita no mundo – A FMT-HVD é uma das oito instituições do Brasil a participar dessa pesquisa, que é inédita no mundo. Além do Brasil, estão participando da pesquisa, denominada “Estudo randomizado para prevenir eventos vasculares em HIV (Reprieve)”, países como Estados Unidos, Porto Rico, África do Sul, Botswana e Tailândia. A pesquisa é financiada pelo National Heart Lung e Blood Institute.
Outro estudo em andamento na FMT é a Profilaxia pré-exposição (PrEP), que consiste no consumo diário de um medicamento preventivo, chamado antirretroviral Truvada, por pessoas que não têm o vírus HIV, mas que estão mais expostas à infecção, como profissionais do sexo, homossexuais, pessoas trans e casais sorodiscordantes (quando apenas um dos parceiros é soropositivo). Wuelton Monteiro ressalta que, neste mês, o MS incorporou o medicamento Truvada como opção de tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS), porém, continuam os estudos e acompanhamento dos pacientes que vão utilizar o remédio.
Mais pesquisas – Os pesquisadores da FMT têm realizado pesquisas para identificar novas formas de prevenir a transmissão vertical do HIV, aquela passada da mãe para o bebê. Wuelton Monteiro informa que também está em andamento uma pesquisa que pretende desenvolver uma forma de autopsia minimamente invasiva.