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Cultura | Escadaria do Teatro Amazonas é palco de embate entre rei e mendigo em espetáculo de rua do Grupo CriAttor.

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Manaus | Quinta-feira


Em temporada dentro do programa Espaço Aberto da SEC, “O mendigo ou O cão morto” terá apresentação nesta sexta-feira (19/01), às 17h; peça tem texto de Bertolt Brecht

 Já faz algumas semanas que o episódio se repete: um imperador recém-chegado de uma guerra vitoriosa e um mendigo cego protagonizam uma exaltada discussão nas escadarias do Teatro Amazonas. A cena, na verdade, faz parte do espetáculo de rua “O mendigo ou O cão morto”, que o Grupo CriAttor de Teatro vem encenando sempre às sextas-feiras, às 17h, no Largo de São Sebastião. Nos dias 19 e 26 de janeiro, o grupo realiza as últimas encenações da atual temporada, iniciada há um mês.

As apresentações do espetáculo de rua são gratuitas e voltadas ao público em geral, contando com o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), dentro da agenda do programa Espaço Aberto.

“O mendigo ou O cão morto” tem direção de Neth Lira e traz no elenco Robson Ney (Mendigo) e Klindson Cruz (Rei), com sonoplastia de Ismael Farias. A montagem baseada no texto homônimo do alemão Bertolt Brecht (1898-1956) enfoca o diálogo entre um rei, que retorna ao seu palácio após a vitória numa guerra, e um mendigo, que é cego e aparentemente desconhece estar falando com o regente. Na discussão, o Mendigo conta diversas histórias, e questiona o Rei – e a plateia – sobre a natureza do poder.

“É um texto curto de Brecht, e muito contemporâneo, pois fala da realidade de ontem, de hoje e de amanhã. Muito do que o Mendigo diz reflete o que ocorre hoje no Brasil. Por exemplo, quando fala: ‘O Rei não existe, somente o povo acredita que ele existe’”, comenta Robson Ney.

A céu aberto – A montagem do Grupo CriAttor investe principalmente no trabalho dos atores e no texto original de Brecht. “Para esse trabalho, menos é mais. A rua já é muito rica em elementos visuais e sonoros, por isso não produzimos cenários ou coisas do tipo. Pensamos mais na roupa do Rei, na cênica do Mendigo, e ganhamos com o foco nos atores, que é algo que trabalhamos muito na peça”, assinala Robson Ney.

“O mendigo ou O cão morto” iniciou temporada no último dia 15 de dezembro, no Largo, onde vem sendo apresentada sempre às sextas-feiras. De lá para cá, a peça vem ganhando mais e mais atenção de quem transita pelo local.

“Temos conseguido uma participação maior do público a cada apresentação. Na última, tivemos mais de cem pessoas, com gente assistindo em pé”, recorda Ismael Farias, que participa de montagens de teatro de rua em Manaus desde o final dos anos 1970. “E elas têm nos dado um retorno positivo, tanto em relação ao espetáculo quanto à iniciativa de fazer a apresentação em praça pública”.

Para Ney, o interesse crescente reflete a necessidade do público por maior acesso a produções artísticas. “Numa das apresentações, estava chuviscando, mas as pessoas estavam lá esperando pela peça. A chuva não parou, mas ninguém saiu. Vimos a carência do público de ver espetáculos”, comenta o ator.

Da universidade à praça – “O mendigo ou O cão morto” foi desenvolvido como Trabalho de Conclusão de Curso em Direção de Neth Lira, dentro do curso de Teatro da Universidade do Estado do Amazonas. A peça teve sua primeira encenação no Parque Estadual Jefferson Péres, no Centro, no início de dezembro. Mais tarde, levando à frente a temporada no Largo, diretora e elenco decidiram se unir com a criação do Grupo CriAttor.

“A partir dos ensaios já percebemos o engajamento do grupo. E, quando entramos em temporada e saíamos para chamar o público, sentimos falta de um nome para o grupo. Afinal conversamos e decidimos fundar o CriAttor com a finalidade de dar sequência à temporada e trabalhar o teatro de rua em Manaus”, explica Farias, que aponta o nome dado por Neth Lira como a junção de “criação” e “ator”, dois focos da trupe.

A atual temporada termina este mês, mas os integrantes do CriAttor esperam seguir em frente na nova etapa do Espaço Aberto, em fevereiro e março. “A tendência é só aumentar o público para o teatro, mas para isso é preciso estar formando esse público. É preciso pensar projetos de teatro ou dança com um período maior de apresentações, pois assim é possível formar uma plateia e atrair novos seguidores”, aponta Ney.

Mais à frente, o grupo também espera levar seu trabalho a novas praças e ruas, como vislumbra Farias: “Queremos depois partir para outros locais, como a periferia de Manaus, as áreas ribeirinhas da cidade e até outros municípios. E, mais adiante, participar de festivais de teatro de rua, nacionais e quiçá até internacionais”.

Serviço: Espetáculo “O mendigo ou O cão morto”, do Grupo CriAttor de Teatro
Local: Escadaria do Teatro Amazonas, Largo de São Sebastião, Centro
Data/hora: Sexta-feira, dia 19 de janeiro, às 17h; reapresentação no dia 26, sexta, nos mesmos horário e local
Acesso: Gratuito e aberto ao público em geral
Classificação indicativa: Livre

FOTOS: Divulgação/Grupo CriAttor

Fonte: Secom

Redação Por Natália Dantas

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Mestrado em Saúde, Sociedade e Endemias na área de concentração de Epidemiologia de Agravos e Prevalentes na Amazônia pelo instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/FIOCRUZ), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade Federal do Pará (UFPA - 2013). Tem experiência em pesquisa na área de Epidemiologia, Saúde Coletiva com ênfase em Saúde Pública, Avaliação de Serviço em Saúde e Saúde Baseada em Evidências, desenvolvendo estudos nos temas: Tuberculose, Resistência aos fármacos, Tuberculose Multirresistente, Coinfecção TB/HIV.

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