Manaus | 31 de maio, 2020 | Domingo
Após desentendimento interno do PT de Manaus, para a escolha do candidato da legenda para a disputar a prefeitura da cidade no último de 27 de maio, militantes denunciam fizerem representação a direção nacional e denunciam os acordos e conchavos políticos não republicanos entre Sinésio Campos, Sassá e Valdemir Santana para inviabilizar a eleição de José Ricardo.
Segundo nossa fonte, aproveitando-se que por conta da Pandemia do Covid-19, o processo de escolha não seria feito pela base, com os 300 delegados eleitos, e sim pelo diretório municipal onde votam apenas 46 membros, Sinésio Campos, que num processo tumultuado foi escolhido candidato pelo PT em Manaus, virou motivos de criticas de filiados nas redes sociais. Dizem que o PT Manaus tirou um candidato competitivo e com chances reais de vitória (José Ricardo) para colocar “alguém do sistema”. Há rumores que a direção nacional do PT quer saber a quem interessaria a retirada do nome de José Ricardo para colocar Sinésio.
A militância também começou a escancarar os desentendimentos internos da legenda com o deputado Sinésio. Circulam nas redes, vídeos de Sinésio Campos defendendo a política ambiental de Bolsonaro, onde ele diz “ Que o Presidente Bolsonaro reportou e eu estou de comum acordo, tem muitas áreas de proteção ambiental, unidades de conservação no estado que a gente tem que começar a questionar”. Lideranças ambientalistas denunciam os altos índices de desmatamento na Amazônia no Governo Bolsonaro que só em abril de 2020 , cresceu 171% e é o maior em 10 anos.
A militância questiona ainda como votaram em Sinésio que é declaradamente a favor de Mineração em Terras indígenas e já expressou esses seus interesses inclusive nas reuniões do Parlamento Amazônico. Essa postura do deputado vem recebendo fortes críticas da Direção Nacional do PT e de organizações indígenas.
Outro assunto polêmico, que fez com que o Presidente do PT Amazonas, Sinésio Campos, fosse enquadrado pelo partido, foi quando ele no auge da pandemia do Covid-19 no Amazonas, que infectou e matou milhares de pessoas, decidiu votar pela reabertura dos templos religiosos, contrariando as orientações dos órgãos de saúde.
Ainda, segundo nossa fonte, Sinésio também, como professor que é, já teria votado na Assembleia Legislativa contra sua própria categoria e seria um defensor das escolas militares. Hoje entre os professores o parlamentar goza de pouco prestígio. Ainda segundo nossa fonte, Sinésio tem em seu histórico, a defesa dos governantes de plantão, principalmente quando foi líder dos governos Braga, Omar, José Melo, David e Amazonino. Alias, esse é um outro ponto em que Sinésio vem recebendo um “saraivada” de criticas internas. Sua postura conveniente e governista faz ele até flertar com o Governo de Wilson Lima.
Enfim, uma chuva de críticas e esculachos vem recebendo o deputado Sinésio. A situação se complica ainda mais quando 41 vereadores e vereadoras assinaram uma carta dizendo que não disputaram as eleições, caso o candidato seja Sinésio campos.
Alegam que o partido precisa de um candidato competitivo e uma chapa de vereadores para disputar a Câmara Municipal.
Todo o problema surgiu na conturbada eleição interna do último dia 25, feita em sala virtual, e que esta sendo questionada na Direção Nacional do Partido. Nela José Ricardo teria vencido no primeiro turno com 21 votos, 20 para Sinésio e 5 para Sassá. Houve pedido de intervalo entre os dois turnos, negado pela direção local e aproveitando a saída de vários dirigentes, Sinésio e Tiago Medeiros colocaram o processo em votação, chegando ao resultado de 25 votos para o Sinésio, 19 ausências e 2 votos para José Ricardo.
Segundo nossa fonte, o recurso enviado para a Direção Nacional aponta várias irregularidades, dentre elas: A eleição interna deveria ser em voto secreto, conforme determinação da direção Nacional em Resolução, o que não ocorreu, inclusive, várias pessoas foram colocadas num escritório de um advogado, para votar em Sinésio. O Estatuto também prevê um intervalo de ao menos cinco dias entre o primeiro e segundo turno, um terceiro fato é que houve troca de diretorianos, o que não era mais possível e teve inclusive, quem votasse no nome de outra pessoa.
O certo é que essa novela está longe de acabar. O Diretório Nacional se reúne nesta segunda feira, 29 de maio e deve marcar o julgamento do recurso.
Aguardaremos os próximos capítulos.
FOTO: EMTEMPO