No campo de Guerra, quando se está na frente de uma equipe, o melhor de se expor é a coragem. E para isso acontecer, o líder tem que mostra aos seus soldados que é corajoso. Não foi diferente, para enfermeira de São Paulo Mônica Calazans, 54, que trabalha na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.
Uma mulher negra, moradora de Itaquera, na zona Leste da cidade, foi a primeira pessoa no Brasil, a tomar a vacina do Instituto Butantan, produzida com o laboratório chinês Sinovac.
A enfermeira foi vacinada no Hospital das Clínicas (HC), após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberar a vacina, com restrições, o uso emergencial da CoronaVac.
“Quantas pessoas têm receio de chegar próximas às outras? Eu tomo ônibus, metrô, as pessoas têm receio de chegar perto de você. Então, povo brasileiro, é nossa grande chance. Estou falando agora como brasileira, mulher negra, que acredite na vacina. Vamos pensar nas vidas que perdemos”, disse a enfermeira.
Esperança
A mercadológa, Samantha Travassos, relatou que ficou orgulhosa da ciência e de saber que a primeira pessoa que tomou a vacina foi uma mulher. “Me senti representada em saber que foi uma mulher, e ainda por cima, negra, fiquei muito feliz. Realmente, me senti representada”, apontou.
Para a estudante de Biotecnologia Daiandra Moreira, disse que viu esperança na vacina. “Temos agora uma luz, que parecia distante. Sinto Esperança, no meio de tanto terror. Uma verdade que pode mudar tudo, e trazer a luz que não existia desde que esse vírus tomou conta do mundo”, disse.
Ao técnico de enfermagem, Luciano Bento, se sentiu representado pela Mônica. “Ela representou a classe. Me senti representado, ao ver uma enfermeira ser a primeira pessoa vacinada no Brasil”, disse Luciano.
O técnico de Rádio e TV, Júnior Muniz, destacou que quando viu a enfermeira tomando a vacina, seu coração se encheu de esperança.
“Quando eu a vi ali, meu coração se alegrou, e transbordou de esperança. Apesar da Pandemia continuar, agora, se inicia um ciclo de esperança. Espero que tudo passe logo, e nesse momento, a vacina é nossa fé e esperança”, destacou Júnior.
Vacinas
A Anvisa liberou também o uso emergencial do imunizante da AstraZeneca, a vacina da Fiocruz com a Universidade de Oxford.
Por Alessandra Aline Martins
Foto: Nelson Almeida/AFP

