sexta-feira, abril 18, 2025
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Lotada como secretária-executiva na CMM, mulher acusa Kennedy de colocá-la para cozinhar e limpar

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Lotada como secretária-executiva na Câmara Municipal de Manaus (CMM) com salário de R$ 1,8 mil, uma mulher, que preferiu não ser identificada, acusou o vereador Kennedy Marques (PMN) de colocá-la para cozinhar e limpar na casa da mãe do parlamentar. Por meio de áudios encaminhados para a reportagem do O Poder, a mulher denunciou o político. (Confira parte dos áudios no final da matéria)

Nos áudios, a apoiadora da “causa animal”, bandeira levantada pelo parlamentar, se diz frustrada pelo fato de Kennedy Marques fazer com que ela se desviasse da função na CMM e passasse a atuar com limpeza e até na cozinha da mãe do vereador, preparando lanches e refeições para o parlamentar.

“Eles me tiraram e não me avisaram nada. Desde o começo eu estava insatisfeita, porque eu queria trabalhar na causa animal e ele me colocou como serviços gerais, depois como cozinheira particular dele. Eu estava sendo a empregada doméstica, por isso, faltei dois dias de trabalho e, após esse período, falaram para eu não ir mais. Eu mandei mensagem para ele (vereador) e não respondeu, só visualizou. Então, veio o chefe de gabinete dele e falou tanta coisa para mim. Mas Deus é pai, não é padrasto. E ele vai cair, ganhar, ele não ganha mais”, afirmou a pessoa em trecho do áudio.

Outras denúncias

Além do desvio de função, a mulher acusou o vereador de não cumprir promessas de campanha, como doação de ração para abrigos de animais de castrações para os pets. A denúncia relata, ainda, o fato de as doações terem intensificado no período eleitoral.

“Ele não doou uma castração para mim. Na campanha, ele doou bastante. Eu não sabia que o ‘seu’ Kennedy era assim. Ele disse que ajuda os protetores com ração e eu não ganhei ração, não me doaram ração. O meu salário baixou muito quando eu fui para o lado dele, o salário não dava nem para alimentar os meus animais. Ele nos impedia de compartilhar resgaste porque iriam marcá-lo. ‘A gente não era mais a gente, era Kennedy Marques’, porque era o nome dele, não existia mais a protetora e nem outras protetoras, existia Kennedy Marques”, alfinetou.

A ex-funcionária afirmou que cozinhava para o vereador embora estivesse lotada para fazer outra atividade, de secretária-executiva, o que caracteriza desvio de função.

“Isso é desvio de função, na minha carteira de trabalho está como secretária-executiva, e lá eu era serviços gerais, limpava banheiro, limpava o gabinete, fazia cafezinho e depois ia fazer o almoço dele e lavar um horror de louça e ainda limpar a casa da mãe dele porque tinha que deixar tudo limpo”, afirmou.

A ex-funcionária disse, ainda, que o vereador não é aquilo que aparenta ser e o que as pessoas pensam. “Ele não é do jeito que aparenta ser. Nunca me tratou mal, mas as atitudes dele de negar e dizer que não podia isso e não tinha aquilo, me decepcionou, pois, ele prometeu mundos e fundos para os protetores. Ele não fez nem o começo e não está fazendo”, alfinetou.

Nos áudios, a pessoa ainda alega que, por trabalhar na assessoria do vereador, perdeu a ajuda que tinha de pessoas identificadas com a causa animal.

“Perdi as ajudas que eu tinha porque eu era assessora e as pessoas diziam que assessora ganha bem. Assessora entre aspas, porque eu era empregada doméstica. Ganhava um salário de R$ 1.894.000,00, e desse dinheiro tinha que tirar o meu vale transporte, café da manhã, eu só não tirava do almoço porque eu almoçava lá porque fazia a comida”, ressaltou.

Vereador nega acusações

A denúncia divulgada em áudio que estaria ocorrendo desvio de função por uma colaboradora lotada no gabinete do vereador Kennedy Marques, contratada para a função de secretária executiva, mas trabalhou de janeiro a março na função de serviços gerais e na cozinha, foi negada pelo parlamentar em entrevista ao O Poder na sexta-feira, 7.

“Não tenho nenhuma relação com isso. Dever ser um tipo de brincadeira de alguém que tenta atrapalhar. Infelizmente, em todos os segmentos da proteção animal vai ter sempre alguém tentando denegrir e falar. Eu lamento esse tipo de pessoas tentando atrapalhar. Com certeza, não é necessário eu fazer isso (desvio de função). Por exemplo, se tem uma pessoa que vem trabalhar, tem que especificar a habilidade porque cada um naquilo em que é melhor”, afirmou.

Ao ser questionado sobre a existência dos áudios com várias acusações contra ele, inclusive de que teria negado ração e castração para animais a pessoas ligadas a causa que pediram esses benefícios, o vereador foi enfático.

“Eu compro do meu salário aquilo que eu consigo para atender os casos extremos. Temos um programa de coleta e doação de rações, mas, o que vem é insignificante. Eu tenho uma lista de 200 pessoas carentes, e claro, não consigo atender a todos. Tem uma pessoa que estava fazendo comida na lenha para comer e alimentar os seus animais. Então, uma pessoa que tem um ou dois animais eu vou priorizar. Uma que tem 60, não consigo resolver o problema, mas vou sempre focar para as pessoas que estão em extrema pobreza e passando fome com os seus animais”, justificou.

Kennedy Marques desafiou a qualquer pessoa que apresente um documento assinado por ele ou áudio em que se compromete a operacionalizar as castrações de animais.

“É só perguntar se tem algum áudio eu prometendo. Tudo que eu falei em campanha eu assumo. Se alguém tem um áudio meu ou algo escrito em que eu prometi castrações é só me mostrar, isso não procede. Eu não faço esse tipo de coisa. Realizamos uma rifa todo mês para ajudar nessa questão das castrações. E hoje, castramos um número muito grande”, afirmou.

‘Momento de raiva’

Com posse dos áudios e com a identificação pessoa, a reportagem do O Poder entrou em contato com a servidora lotada no gabinete do vereador, que afirmou a veracidade do conteúdo, mas disse que tudo não passou de um ‘momento de raiva’.

A mulher tentou proibir a veiculação do conteúdo e ressaltou que iria negar tudo, caso fosse confrontada sobre os áudios.

Ouça os áudios 

 

 

Augusto Costa, para O Poder

Foto: Divulgação

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Eric Lima

Criador do Portal Pontual

Mestrado em Saúde, Sociedade e Endemias na área de concentração de Epidemiologia de Agravos e Prevalentes na Amazônia pelo instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/FIOCRUZ), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade Federal do Pará (UFPA - 2013). Tem experiência em pesquisa na área de Epidemiologia, Saúde Coletiva com ênfase em Saúde Pública, Avaliação de Serviço em Saúde e Saúde Baseada em Evidências, desenvolvendo estudos nos temas: Tuberculose, Resistência aos fármacos, Tuberculose Multirresistente, Coinfecção TB/HIV.

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