quarta-feira, junho 4, 2025
HomeAmazonasMPF investiga suspeita de irregularidades no uso de cloroquina contra Covid-19 em...

MPF investiga suspeita de irregularidades no uso de cloroquina contra Covid-19 em indígenas no AM

Publicado em

Artigo Relacionado

Investimentos impulsionam desenvolvimento e fortalecem protagonismo de Tefé, capital do Médio Solimões

O município de Tefé está consolidando sua posição como referência no turismo do Médio...

O Ministério Público Federal (MPF) abriu inquérito civil (IC) para investigar possíveis irregularidades no uso indiscriminado de medicamentos sem eficácia comprovada no tratamento contra o novo coronavírus (Covid-19), em comunidades indígenas do Estado do Amazonas.

O documento é assinado pelo procurador da república Fernando Merloto Soave.

O procurador da república considerou, que a atribuição do Ministério Público Federal para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, atuando na defesa dos direitos difusos e coletivos, na defesa judicial e extrajudicial das populações indígenas, bem como a competência da Justiça Federal para processar e julgar a disputa sobre direitos indígenas.

“As atribuições do 5º Ofício sobre os procedimentos relativos aos direitos das populações indígenas, das comunidades quilombolas, tradicionais e demais matérias afetas à 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal, nos termos do artigo 12, I, da Resolução PR/AM nº 01/2012”, considerou o procurador.

Fernando Merloto Soave, considerou ainda, que a Constituição Federal de 1988 reconhece aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, competindo à União proteger e fazer respeitar todos os seus bens (art. 231).

De acordo com o procurador, a declaração, em 11/03/2020, pela Organização Mundial da Saúde, da situação de pandemia em razão da rápida disseminação geográfica do novo coronavírus (Sars-Cov-2), reconhecida pelo Ministério da Saúde como Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional no dia três de fevereiro de 2020, por meio da Portaria MS nº. 188/2020; 

 

“As disposições da Lei nº 13.979/2020, a qual estabelece medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do novo coronavírus, bem como o teor do Decreto Legislativo nº 6/2020, o qual reconheceu, por sua vez, estado de calamidade pública nacional”, destacou o procurador.

No documento, Fernando disse que as medidas adotadas pela Secretaria de Saúde Indígena do Ministério da Saúde e seus respectivos DSEIS ao longo da pandemia da Covid-19, por meio da execução de planos de contingência para prevenção à disseminação do Coronavírus entre as comunidades indígenas.

Conforme o procurador, o Ministério da Saúde e agentes do Governo Federal não impedem o uso, e potencialmente promoveram ações de estímulo ao uso de medicamentos com eficácia não comprovada contra a Covid-19, notadamente a substância hidroxicloroquina, a título de “tratamento precoce” ou “kit covid”.

 

“O posicionamento da Sociedade Brasileira de Infectologia sobre o uso do referido medicamento no caso de infecção pelo coronavírus: A hidroxicloroquina pode inibir o SARS-CoV-2, vírus causador da COVID- 19, in vitro, ou seja, estudos feitos em laboratório, não em seres humanos. Até o presente momento, não há evidências científicas de que a hidroxicloroquina seja eficaz e segura nem na prevenção nem no tratamento de pacientes com a doença (1-4)”, disse o procurador no anexo.

No dia 17 de junho de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que o braço de hidroxicloroquina do Estudo SOLIDARITY que busca encontrar um tratamento eficaz para COVID-19 foi interrompido.

 

“Considerando os resultados do estudo A living WHO guideline on drugs to prevent covid-19, publicado no dia 2/03/2021, no qual 32 pesquisadores vinculados à Organização Mundial de Saúde e pertencentes a instituições de ensino e pesquisa do mundo inteiro concluíram pela ineficácia do uso do referido medicamento no tratamento contra Covid-19 e alertaram para os efeitos colaterais decorrentes de tal aplicação”, apontou o fernando.

 

Para Fernando, as evidências científicas e observações de profissionais da saúde que apontam para o incremento do risco de morte causado pelo uso dos medicamentos indicados no “kit covid”, notadamente a hidroxicloroquina: Coronavírus: Chefes de UTIs ligam ‘kit Covid’ a maior risco de morte no Brasil.

Documento: http://www.transparencia.mpf.mp.br/conteudo/diarios-e-boletins/diario-eletronico-dmpf-e/2021/DMPF-EXTRAJUDICIAL-2021-05-21.pdf?nocache01

 

Por Alessandra Aline Martins

Foto: Divulgação

Últimos Artigos

Investimentos impulsionam desenvolvimento e fortalecem protagonismo de Tefé, capital do Médio Solimões

O município de Tefé está consolidando sua posição como referência no turismo do Médio...

Debate sobre o livro “Rios das Cinzas” traz diversos autores, entre eles Sandra Godinho.

No dia 31 de maio, na livraria Temiporã, realizou-se um debate sobre as obras...

Grafica Amazonas completa 20 anos de história

Hoje a Gráfica Amazonas celebra 20 anos de história, confiança, compromisso e qualidade. A...

Victor Leandro lança livro que aborda crises climáticas e sociais na região Amazônica

O escritor Victor Leandro lançou “Rio das Cinzas”, uma narrativa que mergulha na  crise...

Eric Lima

Criador do Portal Pontual

Mestrado em Saúde, Sociedade e Endemias na área de concentração de Epidemiologia de Agravos e Prevalentes na Amazônia pelo instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/FIOCRUZ), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade Federal do Pará (UFPA - 2013). Tem experiência em pesquisa na área de Epidemiologia, Saúde Coletiva com ênfase em Saúde Pública, Avaliação de Serviço em Saúde e Saúde Baseada em Evidências, desenvolvendo estudos nos temas: Tuberculose, Resistência aos fármacos, Tuberculose Multirresistente, Coinfecção TB/HIV.

Mais artigos como este

Investimentos impulsionam desenvolvimento e fortalecem protagonismo de Tefé, capital do Médio Solimões

O município de Tefé está consolidando sua posição como referência no turismo do Médio...

Debate sobre o livro “Rios das Cinzas” traz diversos autores, entre eles Sandra Godinho.

No dia 31 de maio, na livraria Temiporã, realizou-se um debate sobre as obras...

Grafica Amazonas completa 20 anos de história

Hoje a Gráfica Amazonas celebra 20 anos de história, confiança, compromisso e qualidade. A...