O governo de São Paulo deve decidir nesta semana se retira a obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção facial no estado. O equipamento, uma das principais medidas contra a Covid, é mandatório para os paulistas desde maio de 2020.
Segundo disse o governador João Doria (PSDB) em entrevista coletiva nesta quarta-feira (6), a decisão deve ocorrer nesta quinta (7) em uma reunião entre membros do PEI (Programa Estadual de Imunização), do Comitê de Saúde e do secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido. O detalhamento da medida, porém, ocorrerá somente no dia 18.
“No próximo dia 18 de outubro, nós teremos aqui uma coletiva de imprensa. Um dos temas dessa coletiva será justamente a delibração sobre o uso de máscaras. Qual o critério e quais os períodos”, disse Doria no Palácio dos Bandeirantes, na zona oeste da capital paulista.
Devido às medidas de contingência ao coronavírus, desde maio de 2020 é obrigatório utilizar máscaras de proteção nos espaços públicos de São Paulo. O decreto nº 64.959 estabelece que o descumprimento da lei pode acarretar em advertência, multa ou prestação de serviços à comunidade.
João Gabbardo, coordenador executivo do comitê científico estadual, afirma que o primeiro critério para tomar a decisão é a cobertura vacinal. A expectativa, disse, é que o estado atinja 100% da população com ao menos a primeira dose nas próximas duas semanas.
Na mesma ocasião, a administração estadual anunciou que SP atingiu 60% população com o esquema vacinal completo, superando os Estados Unidos e a Europa. Atualmente, cerca de 99% do público paulista recebeu a primeira dose.
Outro critério são os indicadores da pandemia como número de internações, ocupação de leitos, número de casos e mortes, que o governo considera que houve melhora. Os sinais são positivos há alguns meses, embora a pandemia ainda mate muita gente todos os dias no Brasil.
O coordenador do comitê científico afirma, porém, que a administração estadual não avalie a retirada da obrigatoriedade do uso de máscaras em eventos de grande porte, mesmo que abertos. Nestas situações, só será possível participar caso a pessoa tenha o esquema vacinal completo ou a primeira e um teste negativo, diz Gabbardo.
Aqueles que não puderam ter acesso ao imunizante pela idade (como crianças) ou qualquer outro motivo não poderão acessar o evento.
“Nós estamos discutindo aqui a possibilidade de o uso de máscaras em condições muito favoráveis, especialmente onde a transmissão é baixa, em ambientes externos, e eventualmente nas próximas semanas ser considerado como algo que possa ser opcional”, disse.
Nesta semana, as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro também começaram a avaliar a possibilidade de desobrigar o uso de máscaras.
Por Victoria Damasceno/FOLHAPRESS
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Redação por Bernardo Andrade