O piloto Lewis Hamilton, 36, heptacamepão de F-1, está à frente de um projeto que visa capacitar professores negros nas áreas da ciência, engenharia, matemática e tecnologia. A princípio serão selecionados 150 educadores que participarão de aulas teóricas e práticas ao longo de dois anos em comunidades carentes na Inglaterra.
Com isso, o inglês pretende aumentar a diversidade entre os docentes e incentivar os alunos negros a ter mais interesse em tais disciplinas. É a primeira iniciativa de sua instituição, a Mission 44, que conta com parceria do instituto Teach First.
Hamilton criou a Mission 44 no início deste ano e com aporte de R$ 140 milhões. Segundo estatísticas do Reino Unido e da Comissão Hamilton -criada pelo piloto para promover a diversidade no esporte-, entre os 500 mil professores que atuam na Inglaterra somente 2% são negros, e quase a metade (46%) das escolas não possuem diversidade de raças em seu quadro de educadores.
“Crianças afro-caribenhas têm duas vezes mais chances de serem expulsas das escolas. Eu fui uma dessas crianças, mas tive apoio da minha família e patrocinadores. Quero entender como posso garantir que jovens que se pareçam comigo não passem por isso. Representatividade é muito importante; temos que trabalhar por um modelo mais sustentável de educação e recrutar mais professores negros, especialmente nas áreas científicas”, afirma o piloto da Mercedes.
Nascido em Stevenage, ao norte de Londres, Hamilton viveu em moradias populares na infância. Já na F1, foi alvo de racismo em 2008, durante os testes para a temporada na Catalunha. Fãs do espanhol Fernando Alonso se pintaram de preto e vestiram camisetas com a frase “familiares de Hamilton” escrita.
Nos últimos anos, Hamilton vem se consolidando como uma referência na luta contra o preconceito, principalmente após a morte do americano George Floyd, homem negro sufocado por um policial branco em Minneapolis, nos Estados Unidos, no dia 25 de maio de 2020.
O piloto foi às ruas de Londres na ocasião e ergueu cartaz com a frase “Black Lives Matter” (Vidas Negras Importam). Único piloto negro na principal categoria do automobilismo, ele liderou colegas da modalidade também em manifestações antes das corridas.
Na atual temporada, Hamilton lidera o campeonato com 246,5 pontos, dois à frente do segundo colocado Max Verstappen, da Red Bull. Ambos têm protagonizado uma briga acirrada pelo título, algo que não ocorria desde 2016, quando ficou com o vice-campeonato ao ser superado por seu então companheiro de Mercedes Nico Rosberg.
A próxima corrida será no domingo (10) em Istambul, na Turquia, às 9h.
Fonte: FOLHAPRESS
Foto: Divulgação
Redação por Bernardo Andrade