A Prefeitura de Olinda, um dos principais polos de Carnaval em Pernambuco, confirmou, nesta quarta-feira (5), o cancelamento dos festejos neste ano.
A decisão foi anunciada pelo prefeito Lupércio Nascimento (Solidariedade) em entrevista coletiva pela manhã.
“Só iríamos fazer o Carnaval se a gente sentisse segurança. Não seremos irresponsáveis em expor a vida de ninguém. Acima de qualquer evento, está a vida. Isso é o mais importante”, afirmou Lupércio.
Olinda decidiu cancelar o Carnaval na mesma semana em que Salvador e Rio de Janeiro tomaram decisões semelhantes por causa da pandemia.
Blocos tradicionais do Carnaval de Olinda, como Eu Acho é Pouco e o Homem da Meia-Noite, já tinham, de forma espontânea, anunciado que não promoveriam desfiles em fevereiro.
Além do avanço da variante ômicron no Brasil, a epidemia de gripe em Pernambuco também preocupa as autoridades de saúde de Olinda.
Os dois fatores impulsionaram a definição pelo veto às festividades de grande porte nas ruas.
Segundo estimativas da prefeitura de Olinda, cerca de 4 milhões de pessoas circulam pela cidade durante o período carnavalesco.
De acordo com dados apresentados durante a entrevista coletiva, Olinda registrou, desde o começo da pandemia, 26.503 casos e 1.035 mortes por Covid.
A cidade tem atualmente sete pessoas internadas em leitos para Covid, sendo cinco em enfermaria e dois em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
O número pequeno de internados é atribuído ao avanço da vacinação no município. Até o momento, 285 mil pessoas receberam a primeira dose, ou seja, 73,38% da população de Olinda.
Já 253 mil completaram o esquema de vacinação com duas doses de AstraZeneca, Coronavac e Pfizer ou com a dose única da Janssen, o que equivale a 64,42% da população olindense.
Enquanto isso, na capital Recife, maior polo carnavalesco de Pernambuco, a indefinição segue sobre as festas.
Na segunda-feira (03), a administração municipal alegou que “a decisão ficará a cargo das autoridades sanitárias”.
A tendência é que a prefeitura do Recife siga a recomendação do governo estadual, mas a administração municipal já sinaliza que os grandes eventos de Carnaval somente poderão voltar ao patamar pré-pandemia com a superação da crise sanitária.
“O Recife entende que apenas com a superação da pandemia será possível assegurar o evento, com as características deste ciclo cultural da capital pernambucana”, diz trecho de nota da prefeitura.
Em dezembro, uma comissão da Câmara de Vereadores do Recife voltada para o debate sobre a realização do Carnaval sugeriu ao prefeito João Campos (PSB) que a festa fosse adiada e não cancelada.
Em paralelo, eventos privados fazem as divulgações e vendas de ingressos para o período de Carnaval.
A categoria alega que é possível fazer o controle sanitário exigindo o comprovante de vacinação completa contra a Covid.
Por José Matheus Santos/FOLHAPRESS
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Redação por Bernardo Andrade