Em meio à epidemia da gripe H3N2 e à explosão de casos de Covid com a variante ômicron, prontos-socorros de São Paulo apresentam filas de espera que podem chegar a seis horas.
No início de 2022, a demanda por testes e a busca por médicos cresceu de forma exponencial.
Na capital paulista, somente nos três primeiros dias do ano, 20.333 pessoas com sintomas respiratórios foram atendidas na rede municipal de saúde.
Foram 282 atendimentos por hora, em média. Do total de atendidos, 11.585 tinham quadro suspeito de Covid, o equivalente a 57%.
Profissionais da saúde, no entanto, orientam que os primeiros sintomas gripais podem ser tratados em casa e, na maioria dos casos, não há necessidade de ir a hospitais.
“A maioria dos pacientes que estão procurando são jovens, sem comorbidades, que saem do hospital com receita para Novalgina [dipirona]. Isso não faz sentido”, diz a infectologista da Santa Casa Fernanda Maffei.
De acordo com Maffei, se o paciente não integrar grupo risco e apresentar um quadro brando é possível tratá-lo em casa.
Coriza, dor no corpo e febre são alguns dos sintomas que podem ser ministrados com analgésicos.
“Na maioria dos casos [de influenza], são dois ou três dias com sintomas. Recomendo esperar um pouquinho. Se não apresentar falta de ar, pode ficar em casa, não precisa ir para um hospital”, afirma.
Pacientes que buscam o sistema de saúde para realizar testes podem ir a laboratórios e farmácias, que também fazem exames tanto para influenza quanto para Covid-19, indica a infectologista.
Nesses locais, no entanto, há custo -com pedido médico, planos de saúde cobrem exames em certos casos. O paciente precisa se informar antes do atendimento.
Maffei afirma que a telemedicina, disponível em alguns convênios, também é uma saída e pode servir para pacientes sanarem dúvidas e explicarem os sintomas durante o atendimento.
Ela diz ainda que a procura por ambulatórios deve ser preferencialmente para idosos e pessoas que integram os grupos de risco, caso, por exemplo, de pacientes que têm doenças de base, como asma e bronquite grave.
Raquel Muarrek, infectologista da Rede D’or, também alerta que, em vez de recorrer ao hospital, o paciente pode entrar em contato com um médico com quem já mantenha um acompanhamento.
Os hospitais devem ser buscados se os sintomas permanecerem e, se mesmo medicado, o paciente não apresentar uma melhora clínica entre 24 e 48 horas.
Também infectologista e membro da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), Renato Grinbaum lembra que a hidratação é muito importante para os pacientes com sintomas gripais.
Ele explica ainda que o cuidado para evitar a transmissão do vírus para outras pessoas também deve ser mantido, como isolamento social, uso de máscara e higienização das mãos.
Por Isabela Menon/FOLHAPRESS
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Redação por Bernardo Andrade