domingo, abril 20, 2025
HomePolíticaJustiça Federal proíbe Bolsonaro de usar termo 'lepra' em declarações

Justiça Federal proíbe Bolsonaro de usar termo ‘lepra’ em declarações

Publicado em

Artigo Relacionado

Por unanimidade, contas de Nathan Macena são aprovadas pela câmara municipal de Careiro

A Câmara Municipal de Careiro (a 86 quilômetros de Manaus) aprovou, por unanimidade, as...

O juiz Fabio Tenenblat, da 3ª Vara Federal do Rio de Janeiro, proibiu o presidente Jair Bolsonaro (PL) de usar o termo “lepra” e seus derivados.

A decisão é do último sábado (15) e vale não só para o chefe do Executivo federal, mas para todos os representantes da União.

A ordem do magistrado ocorre após ação movida pelo Morhan (Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase). A entidade foi à Justiça depois que Bolsonaro fez um discurso usando o termo “lepra”.

“Vocês lembram lá, quem lê a bíblia, já assistiu o filme daquela época, da época de Cristo, quando ele nasceu. O grande mal daquele momento era a lepra. O leproso era isolado, distância dele. Hoje em dia temos lepra também. Continua, mas o mundo não acabou naquele momento”, disse o presidente em discurso realizado em Santa Catarina.

O Morhan alegou que a expressão “lepra” tem “teor discriminatório e estigmatizante em relação às pessoas atingidas pela hanseníase e seus familiares, outrora submetidos a isolamento e internação compulsória em hospitais-colônia”.

A Lei 9.010 de 1995 determina que “o termo ‘lepra’ e seus derivados não poderão ser utilizados na linguagem empregada nos documentos oficiais da Administração centralizada e descentralizada da União e dos Estados-membro”.

Na decisão, Tenenblat diz que ocorreu infringência à lei porque o termo foi utilizado por Bolsonaro em discurso realizado em cerimônia oficial da Presidência da República e registrado pela TV Brasil. “Não há dúvidas de que, ao menos para efeitos da Lei nº 9.010/1995, está-se diante de documento oficial”, escreveu o juiz.

O juiz também mencionou a “histórica dívida que a sociedade tem com as pessoas atingidas pela hanseníase e, mais do que isso, os abalos psicológicos causados pelo uso de termos estigmatizantes e discriminatórios por autoridades públicas”.

A sentença do magistrado deferiu parcialmente o pedido feito pelo Morhan. Apesar da proibição de uso do termo, ele resolveu não aplicar multa em caso de descumprimento da decisão.

A entidade tinha solicitado multa diária no valor de R$ 50 mil, caso Bolsonaro ou qualquer outro representante da União voltasse a usar o termo. Tenenblat negou, “pois não há sentido em se presumir que haverá reiteração no descumprimento da legislação por parte de autoridades federais”.

O UOL entrou em contato com a AGU (Advocacia-Geral da União) a respeito da decisão e aguarda retorno.

O QUE É

A hanseníase é uma doença crônica e que tem como agente etiológico o bacilo Micobacterium leprae.

A infecção por hanseníase pode acometer pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade, mas é de difícil transmissão, já que é necessário um longo período de exposição à bactéria, motivo pelo qual apenas uma pequena parcela da população infectada chega a adoecer.

A doença é transmitida pelas vias áreas superiores (tosse ou espirro), por meio do convívio próximo e prolongado com uma pessoa doente sem tratamento.

A doença apresenta ainda um longo período de incubação, ou seja, há um intervalo, em média, de dois a sete anos, até que os sintomas se manifestem.

A hanseníase provoca alterações na pele e nos nervos periféricos, podendo ocasionar, em alguns casos, lesões neurais, o que gera níveis de incapacidade física.

Fonte: UOL/FOLHAPRESS 

Foto: Divulgação 

Redação por Bernardo Andrade 

Últimos Artigos

FVS-RCP mostra como comprar peixe para semana santa de forma segura

A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas - Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP),...

Com intuito de promover inovação por meio da pesquisa e do desenvolvimento tecnológico, Agin/UEA realiza roda de conversa sobre Lei do Bem

A Agência de Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual da Universidade do Estado do Amazonas...

Com o suporte da literatura regional, alunos puderam conhecer sobre a história dos povos originários

Alunos do Centro de Educação de Tempo Integral (Ceti) Elisa Bessa Freire participaram nesta...

TRE-AM recebe estudantes do curso de direito para acompanhar atividades

Nesta segunda-feira, 14, o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) recebeu os alunos do...

Eric Lima

Criador do Portal Pontual

Mestrado em Saúde, Sociedade e Endemias na área de concentração de Epidemiologia de Agravos e Prevalentes na Amazônia pelo instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/FIOCRUZ), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade Federal do Pará (UFPA - 2013). Tem experiência em pesquisa na área de Epidemiologia, Saúde Coletiva com ênfase em Saúde Pública, Avaliação de Serviço em Saúde e Saúde Baseada em Evidências, desenvolvendo estudos nos temas: Tuberculose, Resistência aos fármacos, Tuberculose Multirresistente, Coinfecção TB/HIV.

Mais artigos como este

FVS-RCP mostra como comprar peixe para semana santa de forma segura

A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas - Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP),...

Com intuito de promover inovação por meio da pesquisa e do desenvolvimento tecnológico, Agin/UEA realiza roda de conversa sobre Lei do Bem

A Agência de Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual da Universidade do Estado do Amazonas...

Com o suporte da literatura regional, alunos puderam conhecer sobre a história dos povos originários

Alunos do Centro de Educação de Tempo Integral (Ceti) Elisa Bessa Freire participaram nesta...