O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou de cerimônia da Caixa Econômica Federal, nesta sexta-feira (4), para anunciar liberação de linha de crédito específica para antecipar o pagamento de custos de frete aos caminhoneiros.
Em novo aceno a categoria que ajudou a eleger Bolsonaro e exerce frequente pressão sobre o governo, o banco passará a liberar os recursos com taxa de juros a partir de 1,99% ao mês.
“As empresas de transporte de cargas que contratam serviço de frete a prazo podem solicitar ao banco que antecipe seu pagamento diretamente ao transportador autônomo (caminhoneiro)”, afirmou a Caixa, em nota.
Ainda de acordo com o banco, os recursos serão depositados diretamente na conta dos transportadores autônomos até 120 dias do pagamento do frete.
Bolsonaro não discursou durante o evento, que teve falas de ministros e auxiliares do governo enaltecendo ações do mandatário.
Segundo colocado nas pesquisas ao Planalto, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro tem investido em agendas e ações para melhorar a sua popularidade.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, fez elogios ao presidente, no dia seguinte à apresentação de uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que permite a redução de tributos sobre os combustíveis causar mal-estar entre a equipe econômica e o Planalto.
Isso porque a redução proposta no texto elaborado na Casa Civil é mais ampla do que havia sido combinado com Guedes.
“Vou dizer que o dream team é o nosso. Só queria deixar esse recado, agradecer ao presidente, que é o líder desse time”, disse Guedes.
A proposta pretende reduzir a tributação de todos os combustíveis, inclusive do diesel, medida que também beneficia os caminhoneiros.
Redigido por funcionário do Planalto, o texto foi protocolado pelo deputado Christino Áureo (PP-RJ), que agora recolhe as 171 assinaturas necessárias para que possa tramitar na Casa.
Durante o evento na Caixa desta sexta-feira (4), o presidente do banco, Pedro Guimarães, disse esperar que 1,5 milhão de pessoas sejam beneficiadas com a nova linha de crédito.
“[Os caminhoneiros] pegavam crédito com 10% a 15% ao mês. O caminhoneiro tinha o frete, mas não tinha necessariamente o dinheiro antes de entregar a carga. Precisava pegar emprestado, até para pagar o diesel”, afirmou Guimarães.
O ministro da Infraestrutura e potencial candidato a governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disse que a medida é “mais um produto aos caminhoneiros”.
No mesmo evento, o chefe da assessoria especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, fez menção indireta à proposta de Ciro Gomes (PDT) de retirar milhões de endividados do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito).
“Ouvi de uma pessoa até famosa, falando assim: ‘Vou retirar as pessoas do SPC”‘, disse. “Nós fizemos da maneira certa”, afirmou ainda, apontando que o saque aniversário do FGTS permitiu que pessoas com dívidas “voltem ao sistema financeiro”.
Por Mateus Vargas e Idiana Tomazelli/FOLHAPRESS
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Redação por Bernardo Andrade