quarta-feira, setembro 3, 2025
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Câncer de pênis gerou mais de 7.000 amputações em 14 anos

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Todo ano, em média, 510 homens têm o pênis amputado por causa de câncer no órgão. A doença, nos últimos 14 anos, levou 7.186 pessoas a removerem o membro.

Na maioria das vezes, a parte que sobra da amputação permite ao paciente urinar de pé, mas dificulta a penetração, o que gera vários problemas psicológicos e emocionais.

Na Bahia, o urologista Ubirajara Barroso tem feito cirurgias de reconstrução de pênis que podem trazer de volta a autoestima desses homens.

Até agora foram quatro operações envolvendo diferentes casos: um paciente perdeu o órgão após o ataque de um cachorro, outro por automutilação, um terceiro tinha micropênis e o último precisou amputar o membro por causa do câncer no local.

O médico explica que quase metade do pênis fica dentro do corpo, e uma porção significativa está presa ao osso da bacia. A técnica utilizada por ele retira os dois corpos cavernosos, que vão para cada lado da bacia, deixando o membro sustentado por veias, artérias e o nervo, que vai ser importante para o estímulo erétil.

“Todo esse feixe, tanto nervoso como vascular, é preservado, e o pênis ganha mobilidade. A partir daí, nós fazemos técnicas de cirurgia plástica para recobri-lo por pele, porque a pele também é amputada.”

A cirurgia dura cerca de 7 horas e demanda bastante atenção, já que uma lesão nos feixes vascular e nervoso pode levar à perda do órgão. Após a operação, o paciente está liberado para qualquer atividade em um mês e, em três, para relações sexuais.

A técnica, diz Barroso, foi bem recebida pela comunidade médica nacional, e o objetivo, agora, é apresentá-la em congressos fora do país, assim como publicar em revistas da área.

A cirurgia fez com que alguns órgãos dobrassem de tamanho, ou até triplicassem. O urologista cita o caso do pênis de um homem, completamente amputado, que ficou com 8 cm após a reconstrução -o membro consegue penetrar a partir de 7 cm.

Barroso ressalta que o procedimento não indicado para qualquer pessoa que queira aumentar o pênis. Ele lembra que a cirurgia é arriscada e destinada apenas a quem tem micropênis ou o órgão amputado.

A fila na Bahia de pacientes à espera de reconstrução peniana, de amputados por causa de câncer no órgão, tem mais de 300 cadastrados -a meta do médico é fazer ao menos uma cirurgia por mês.

Os números de amputações diminuíram nos dois últimos anos, possivelmente em decorrência da pandemia da Covid-19.

Muitas pessoas deixaram de procurar médicos com medo de contaminação, assim como muitos centros hospitalares voltaram esforços para a crise sanitária.

COMO EVITAR O CÂNCER DE PÊNIS

A higiene no local é o conselho número um dos especialistas para prevenir o câncer no pênis. E não é necessário grandes investimentos, já que água e sabão resolvem a questão.

A orientação é, durante o banho, puxar a pele até que a cabeça do órgão fique à mostra, limpar com a dupla água e sabonete, enxaguar bem, enxugar e colocar novamente o prepúcio no lugar.

É preciso ficar atento na hora de secar o pênis, tanto na sequência do banho quanto após urinar e ejacular, para que o local não fique úmido por muito tempo. Se o órgão já não fica num ambiente arejado normalmente, imagina a parte encoberta por uma pele?

Médicos também recomendam manter em dia a vacinação contra HPV (Papilomavírus humano), disponibilizada no SUS para garotos de 11 a 14 anos e garotas de 9 a 14 anos, e usar preservativos durante relações sexuais.

Também é necessário ficar de olho naquela pele que fica em volta da cabeça do pênis, a fimose. O sinal de alerta precisa ser aceso quando o homem não consegue puxar a pele que encobre a glande, o que não a deixa ficar exposta, ou quando tem a sensação de que o órgão está sendo esmagado.

O Brasil tem, anualmente, uma média de 400 mortes por câncer de pênis, e cerca de 500 novos diagnósticos.

Por Wesley Faraó Klimpel/FOLHAPRESS

Foto: Divulgação

Redação por Bernardo Andrade

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Eric Lima

Criador do Portal Pontual

Mestrado em Saúde, Sociedade e Endemias na área de concentração de Epidemiologia de Agravos e Prevalentes na Amazônia pelo instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/FIOCRUZ), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade Federal do Pará (UFPA - 2013). Tem experiência em pesquisa na área de Epidemiologia, Saúde Coletiva com ênfase em Saúde Pública, Avaliação de Serviço em Saúde e Saúde Baseada em Evidências, desenvolvendo estudos nos temas: Tuberculose, Resistência aos fármacos, Tuberculose Multirresistente, Coinfecção TB/HIV.

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