O destino eleitoral da primeira vacinada contra a Covid-19 no Brasil, a enfermeira Mônica Calazans, sofreu uma reviravolta e ela deverá ser candidata pelo PSDB, e não mais pelo MDB.
Como revelou a Folha de S.Paulo, Mônica se filiou ao MDB para se lançar como deputada federal por São Paulo.
No entanto, ela comunicou a sigla que partirá para o PSDB após ter recebido apelo do governador João Doria (PSDB), que participou da cerimônia de sua vacinação em janeiro do ano passado.
Ela afirma que Doria disse que a queria ao lado dele nessa campanha e que ela aceitou por gratidão.
No novo partido está mantida a ideia de se lançar como deputada federal, diz, e suas pautas serão enfermagem, saúde pública e mulheres negras.
Marco Vinholi, presidente do diretório estadual do PSDB, diz que ela “sem dúvida ela representa muito para São Paulo e para o Brasil.”
A decisão foi recebida por líderes do MDB como uma traição do governador, do qual o partido é o aliado mais próximo em São Paulo. O partido faz parte da base de apoio à candidatura de Rodrigo Garcia (PSDB) ao governo do estado, por exemplo.
O tucano tem um histórico de crises similares com aliados nos últimos anos e que tem sido trazido à tona recentemente por políticos de seu partido que estão insatisfeitos com sua candidatura presidencial.
As rupturas com Geraldo Alckmin, que foi seu padrinho político no PSDB, e Jair Bolsonaro, de quem se aproximou em 2018 e chegou a criar o termo ‘Bolsodoria’, estão entre esses episódios.
Mônica, 55, foi vacinada em 17 de janeiro de 2021, em São Paulo. Mulher, negra e enfermeira da UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e do Pronto Atendimento São Mateus, ela foi escolhida pelo governo Doria e recebeu a Coronavac.
Em entrevista recente à coluna Mônica Bergamo, ela disse ter sido alvos de ataques racistas pela primeira vez na vida, após a projeção nacional, mas que não se preocupa.
“Durante todo esse período que estou carregando esse título, quero sempre fazer bonito para a minha raça, para as mulheres e para a enfermagem”, disse.
Por Fábio Zanini/FOLHAPRESS
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Redação por Bernardo Andrade