O presidente Jair Bolsonaro deve desembarcar na capital Amazonense no próximo mês, foi o que garantiram apoiadores do presidente durante o Congresso de Conservadores que aconteceu neste sábado em Manaus.
A agenda do presidente não foi divulgada, mas, ele chega na capital após reduzir o Imposto sobre os Produtos Industrializados (IPI) em 25%, o que prejudica o Polo Industrial de Manaus (PIM).
A bancada federal do Amazonas caracterizou a decisão do presidente como terrível e avalia para próxima semana uma reunião com o Ministério da Economia para tratar sobre o assunto.
O governador Wilson Lima (PSC) disse que já marcou uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para tratar pessoalmente do assunto.
Lima disse que estará acompanhado do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), de representantes da indústria e dos demais segmentos econômicos do estado.
“Entendo a necessidade que o Brasil tem de promover uma reforma tributária profunda. Porém, como governador do Amazonas, me causa grande preocupação a redução linear de 25% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que alcança os produtos fabricados na Zona Franca de Manaus”, disse o governador.
O prefeito de Manaus disse que todas as medidas de incentivo à industrialização no Brasil são muito bem-vindas.
Contudo, a decisão do ministro da Economia, Paulo Guedes retira totalmente a competitividade da ZFM, abrindo caminho para que empresas deixem o nosso Polo Industrial. “Os produtos, aqui fabricados, passarão a ser importados de outros países”, disse o prefeito.
David disse que é inaceitável uma decisão como essa três dias antes do aniversário de 55 anos da Suframa. “Após tanto diálogo e anúncios do governo federal de que a Zona Franca de Manaus não seria prejudicada, o decreto do ministro Paulo Guedes é um punhal nas costas de todos os amazonenses”, disse Almeida.
O deputado federal Átila Lins disse que recebeu com grande preocupação a decisão do governo federal de publicar o Decreto Nº 10.979, de 25 de fevereiro de 2022, reduzindo em 25% o valor do IPI de todos os produtos, que são responsáveis por boa parte da produção do Polo Industrial de nosso estado.
“É um duro golpe contra a Zona Franca que tem isenção do IPI. Essa redução em 25% generalizada, faz perder as vantagens comparativas, por igual a competitividade para com outras regiões do país. Muitas fábricas vão fechar no Amazonas, e os cem mil empregos diretos proporcionados pelas indústrias da ZFM serão extintos. Os trabalhadores do Amazonas não merecem essa punição por parte do governo federal. Ainda mais que além de gerar emprego e renda para a região como um todo – empregos diretos e indiretos – também é responsável pela preservação ambiental, notadamente comprovada. Pois, se estes postos forem extintos, certamente esses trabalhadores migrarão para outras atividades, inclusive extrativista”, disse o parlamentar.
Átila fala que falta compromisso do ministro Paulo Guedes com nossos trabalhadores e com o modelo ZFM em si. “A alegação de que essa medida, o setor industrial – principalmente a indústria de transformação – terá melhores condições para a retomada de seu crescimento, mas que isso não prejudique a ZFM, como provavelmente acontecerá. Espero, no entanto, que o presidente Bolsonaro consiga conter a sanha do seu ministro da Economia, em desfavor dos trabalhadores do PIM e do modelo de sucesso que é a Zona Franca de Manaus”, disse o deputado.
Lins disse que está dirigindo apelo ao ministro chefe da Casa Civil da Presidência da República e presidente licenciado do seu partido Progressistas, senador Ciro Nogueira, para que ajude a convencer o presidente Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, a retirar a Zona Franca desse fatídico decreto.
Da redação O Poder
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