O Grêmio foi condenado pelo cântico de torcedores no Gre-Nal 435, disputado em 9 de março, no estádio Beira-Rio.
A estrofe “chora macaco imundo” rendeu denúncia no artigo 243-G do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva) e condenação por unanimidade em sessão da 2ª Comissão Disciplinar do TJD-RS (Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul). O clube deverá pagar multa de R$ 15 mil.
Além da punição pelo cântico, o Grêmio também levou multa de R$ 12 mil pelo arremesso de rojão por parte de um torcedor após o clássico no Beira-Rio.
No total, o clube terá de pagar R$ 27 mil pelos episódios no clássico da fase de classificação do Campeonato Gaúcho.
A sessão ocorreu na tarde de quinta-feira (7).
O Inter também foi julgado pelo artigo 213 do CBJD, que versa sobre “deixar de tomar providências capazes de prevenir ou reprimir desordem”.
O clube apresentou imagens do sistema de segurança do estádio, que ajudaram a identificar o torcedor que arremessou rojão após o apito final, e foi absolvido.
Na denúncia sobre o cântico, um dos auditores chegou a votar pela perda de mando de campo.
No fim, a Comissão Disciplinar definiu a pena somente com multa.
“O Grêmio não tem antecedentes, mas tem poderio econômico regional distinto. Penso que a pena proposta está dentro desses parâmetros, mas não há precedentes. Penso que a multa de R$ 15 mil é adequada. Mas não acompanho voto na perda de campo. O clube tem campanhas, em redes sociais e impressos. O clube não se mostra indiferente à situação. Isso não pesa no fato, mas na dosimetria da pena”, disse Ernani Propp Junior, auditor presidente da Comissão Disciplinar.
O episódio no estádio Beira-Rio trouxe à tona cântico com termo racista após acordo do Grêmio com torcidas organizadas.
O momento viralizou nas redes sociais com vídeo antes de a bola rolar no clássico.
Depois do Gre-Nal 435, o clube lançou nova campanha de conscientização e a letra da música foi alterada.
Em recente clássico, também, o setor de organizadas passou a estampar faixa “antirracista”.
Por Jeremias Wernek/FOLHAPRESS
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Redação por Bernardo Andrade