O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu que, neste ano, os boletins com o resultado de cada urna eletrônica serão disponibilizados ao público no mesmo dia da eleição. Assim, órgãos e entidades que acompanham o pleito ou mesmo cidadãos comuns poderão fazer a totalização dos votos em tempo real e em paralelo à corte eleitoral.
Será a primeira vez que o tribunal irá fornecer esse serviço logo após o fechamento das urnas. Em anos anteriores, os boletins eram publicados na internet em até três dias depois do pleito. A mudança foi aprovada pelo plenário do tribunal em março.
A alteração no fluxo de publicação dos boletins faz parte da estratégia do tribunal de criar um discurso que fortaleça a Justiça Eleitoral frente à ofensiva do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o sistema eletrônico de votação.
O tribunal vem adotando uma série de medidas para ampliar a transparência do sistema eletrônico de votação na tentativa de esvaziar o discurso do chefe do Executivo de que as urnas são passíveis de fraudes.
O presidente do tribunal, ministro Edson Fachin, foi o relator da proposta e defendeu a alteração da regra.
“Com o objetivo de ampliar o acesso à informação e, consequentemente, favorecer a máxima fiscalização e transparência, propõe-se a alteração da resolução para que cidadãos, partidos políticos, federações e candidatos possam visualizar no sítio eletrônico deste tribunal superior os boletins de urna e tabelas de correspondência encaminhados para a totalização, ao longo de todo o período de recebimento, e não mais em 3 dias, como preconizava a redação original”, disse.
Possíveis apurações paralelas ao TSE com base nos boletins devem ser mais ágeis em relação às disputas de cargos majoritários, uma vez que o resultado da eleição para postos proporcionais, como deputado, depende de uma série de cálculos sobre o desempenho de cada partido, e não apenas por candidato.
Por Matheus Teixeira/FOLHAPRESS
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Redação por Bernardo Andrade