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‘Povo tem que voltar a comer uma picanha e tomar uma cervejinha’, diz Lula no JN

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Nesta quinta-feira, 25, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o terceiro presidenciável sabatinado no Jornal Nacional pelos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos. As polêmicas de seu governo e do de Dilma Rousseff entraram em pauta com questões como corrupção, centrão, agronegócio e economia.

“Esse país tem que voltar a crescer, tem que voltar a ser feliz, tem que voltar a gerar emprego, o povo tem que voltar a comer um churrasquinho, uma picanha e tomar uma cervejinha”, disse o ex-presidente.

Em vários momentos, tanto o presidenciável quanto os jornalistas relembraram o governo PT, com a gestão de Lula e Dilma, e as polêmicas deles. “A Dilma falou assim para mim: ‘presidente, se perguntarem do meu governo, não responda. Fala para me convidarem que eu vou lá discutir com eles’. O que eu quero dizer é que a Dilma é uma das pessoas que tenho profundo respeito. Ela fez um 1º mandato presidencial extraordinário porque a crise internacional se agravou e mesmo assim ela se endividou para manter as políticas sociais e para manter o emprego em 4,5%, o menor desemprego que já tivemos na história desse país, era como se fosse padrão Noruega. Acho que a Dilma cometeu equívoco na questão da gasolina, na hora que fizeram R$ 540 bilhões de desoneração em isenção fiscal e quando ela tentou mudar, tinha uma dupla dinâmica contra ela”, defendeu o presidente, relembrando a oposição no Congresso Nacional.

Bonner ressaltou que havia uma equipe trabalhando com a ex-presidenta e questionou se Lula faria diferente. O presidenciável explicou que quem ganha governa do jeito que “bem entender” e que tem o objetivo de fazer melhor do que fez nos 8 anos em que foi presidente, com melhoria de condições de vida das pessoas, gerar emprego e fazer a economia crescer.

Corrupção

O governo PT foi repleto de escândalos sobre corrupção, como o mensalão, por exemplo. Por isso, esse foi o primeiro tópico da entrevista. Bonner perguntou o que Lula iria fazer para não haver escândalos desse tipo  novamente.

“A corrupção só aparece quando você permite que ela seja investigada. Foi no meu governo que criamos o Portal da Transparência, colocamos a CGU (Controladoria Geral da União) com um ministro para fiscalizar”, explicou Lula falando sobre as realizações fiscais de seu governo. “A lava jato enveredou por um caminho delicado, ultrapassou o limite da investigação e entrou no limite da política. O objetivo era tentar condenar o Lula. Qualquer hipótese de alguém cometer crime, por menor ou maior que seja, essa pessoa será investigada, julgada, punida ou absolvida. É assim que se combate a corrupção nesse país”, garantiu.

O jornalista voltou a repetir a pergunta, questionando se houve um estudo. Lula ressaltou que todas suas escolhas de Procuradores Federais foram provenientes da lista tríplice do Ministério Público e permitiu que a Polícia Federal tivesse liberdade de investigação. Ele alfinetou Bolsonaro (PL) falando que poderia ter feito decreto de 100 anos pedindo sigilo ou protegido os próprios familiares.

Lula foi questionado sobre o prejuízo na Petrobras por Bonner. Ele não negou nem admitiu o prejuízo. “Você não só ganhava a liberdade por falar o que queria o Ministério Público como ganhava metade do que você roubou. Ou seja, o roubo foi oficializado pelo Ministério Público, o que eu acho uma insanidade”, disse o candidato falando que as pessoas são condenadas pelas manchetes de jornal.

O ex-presidente também citou os efeitos negativos da lava jato. Lula disse que, caso eleito, fará uma reunião com os governadores para saber quais obras são prioritárias. Renata Vasconcellos questionou o presidente se indicará alguém da lista tríplice na Procuradoria Geral, visto que ele tem evitado responder.

“Esse negócio de ficar prometendo as coisas antes de ganhar, a gente comete um erro. Eu respeito muito o Ministério Público”, respondeu Lula voltando a citar a Lava Jato. Ele ressaltou que o Brasil precisa de instituições fortes. “Eu não quero um procurador leal a mim. O procurador tem que ser leal ao povo brasileiro e à instituição. Para mim, o que precisa é dar segurança para o povo que eu dei quando era o presidente. Eu não quero amigo. Quero uma pessoa séria e responsável que fale em nome da instituição”, disse Lula. “O

senhor vai manter suspense sobre uma questão tão fundamental.De fato, a falta de independência da PGR é motivo de preocupação dos brasileiros. Por que manter esse suspense?”, rebateu Vasconcellos. “Em minha defesa, tenho 3 indicações. Não quero amigo, quero pessoas competentes, ilibadas, republicanas e que pensem, sobretudo, no povo brasileiro. O Bolsonaro troca o diretor da Polícia Federal na hora que ele quer, basta que ele não goste. Não fiz isso e não vou fazer”, garantiu o ex-presidente relembrando uma investigação da PF contra seu irmão. “As coisas irão acontecer na forma mais republicana possível. Quero voltar porque quero ser melhor do que fui”, disse.

O candidato à vice-presidência, Geraldo Alckmin, também foi defendido por Lula que citou que “está com ciúme” ao ex-governador de São Paulo, em um breve aceno ao empresariado, e que ele é aceito pelo PT e sua militância. Lula criticou os ataques de ódio de Bolsonaro.

“Feliz era o Brasil e a democracia brasileira quando a polarização nesse país era entre o PT e PSDB. Éramos adversários políticos e trocamos farpas, mas se a gente se encontrasse no restaurante, não tinha nenhum problema de tomar uma cerveja. Não nos tratávamos como inimigo mas como adversário. A militância é como torcida organizada. Política é exatamente assim. A gente precisa estar junto com os divergentes para defender os antagônicos”, explicou o candidato, que defendeu uma polarização saudável.

Agronegócio 

Vasconcellos perguntou se o afastamento dos empresários do agronegócio à candidatura de Lula seria por causa do relacionamento com o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST).  O candidato rebateu falando dos benefícios criados por ele em seu Governo.

“A nossa luta contra o desmatamento faz com que eles sejam contra nós. O agronegócio é fascistas e direitista. Os empresários sérios não querem desmatar.  Você está lembrada que o atual presidente tinha um ministro do Meio Ambiente que falava para ‘passar a boiada’ para desmatar a Amazônia. O que precisamos é explorar corretamente e cientificamente. O MST faz uma coisa extraordinária, ele é o maior produtor de arroz orgânico do Brasil. Você tem que visitar uma cooperativa para ver que o MST de 30 anos atrás não existe mais. Bolsonaro ganha fazendeiros porque está liberando armas, tem gente que acha que é bom ter arma em casa e matar alguém”, disse Lula, falando sobre convivência pacífica.

Bonner perguntou sobre o apoio de Lula a ditaduras esquerdistas, o presidenciável rebateu falando que “cada país cuida do seu nariz” e que era preciso respeitar. Além disso, o ex-presidente falou que “está tranquilo” com suas relações internacionais e que ninguém é insubstituível, porém, quando se pensa o contrário, o governante vira um ditador. Ele ressaltou que é importante a alternância de poder.

Em seu discurso final, o petista afirmou que já comprovou que pode cuidar do povo brasileiro com oportunidades em investimentos na educação e na inserção das camadas mais pobres no orçamento. Além disso, ele prometeu uma negociação de dívidas.

Nesta sexta-feira, 26, a sabatinada será a candidata Simone Tebet (MDB).

 

 

 

 

Por Priscila Rosas/O Poder 

Foto: Reprodução 

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Eric Lima

Criador do Portal Pontual

Mestrado em Saúde, Sociedade e Endemias na área de concentração de Epidemiologia de Agravos e Prevalentes na Amazônia pelo instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/FIOCRUZ), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade Federal do Pará (UFPA - 2013). Tem experiência em pesquisa na área de Epidemiologia, Saúde Coletiva com ênfase em Saúde Pública, Avaliação de Serviço em Saúde e Saúde Baseada em Evidências, desenvolvendo estudos nos temas: Tuberculose, Resistência aos fármacos, Tuberculose Multirresistente, Coinfecção TB/HIV.

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