A governadora interina do Distrito Federal, Celina Leão (PP), afirmou que o governador afastado Ibaneis Rocha (MDB) havia sido alertado sobre possível risco relacionado à nomeação do ex-ministro Anderson Torres para a Secretaria de Segurança.
Em entrevista ao jornal O Globo, Celina disse que a opinião dela sempre foi a de que a nomeação de Torres poderia causar “problemas” para Ibaneis.
“Talvez a boa-fé do governador o tenha colocado nessa situação, por não acreditar que poderia ser sabotado, mesmo tendo sido alertado por diversas pessoas”, declarou. “Ele quis nomeá-lo, apesar do pedido formal do PT para evitar. Ele [Ibaneis] dizia que Anderson havia sido secretário antes e que não houve problema”.
Celina ainda ressaltou que estranhou a ida de Torres aos Estados Unidos, ainda antes do período destinado às férias do ex-secretário. Antes da viagem, o ex-secretário exonerou funcionários relacionados à inteligência da Secretaria de Segurança do DF, deixando o órgão sem coordenação.
A governadora atribuiu a responsabilidade dos atos terroristas também ao Exército, por não ter agido para retirar os acampamentos golpistas em frente aos Quartéis Generais.
“O governo do Distrito Federal tentou retirar o acampamento e foi impedido pelo Exército”, lembrou. “Quando você coloca a Polícia Militar para tirar os manifestantes e o Exército não deixa, há um erro de comando entre as forças”.
Mesmo sendo aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Celina apontou que a falta de pronunciamento do ex-capitão incentivou os atos terroristas.
“Se houvesse uma fala firme dele não teríamos o cenário atual”, avaliou. “Por outro lado, o movimento estava tão extremado que, talvez, a preocupação dele era perder os apoiadores se falasse. Nesse cenário, o prejuízo teria sido menor do que o prejuízo que está acontecendo agora”.
Com informações de Carta Capital
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